Nove minutos de apagão

Confira análise do jogo entre Athletico e Fortaleza

Legenda: Fortaleza de Vojvoda sofreu apagão em parte do jogo
Foto: Fabiane de Paula / SVM

Não vejo nada de mais na derrota do Fortaleza para o Athletico na Arena da Baixada. Normal. Entretanto, cabe uma observação:  sempre houve e haverá risco de sofrer gols nas equipes que jogam com três zagueiros e com os demais atletas trabalhando em cima. Motivo simples: há espaços fartos ofertados aos adversários.

Verdade que o primeiro gol do Atlhetico, com um minuto de jogo, nada tem a ver com modelo tático. Fruto mais da desatenção individual que do sistema. Terans, autor do gol, foi esperto (1 x 0). Depois, porém, o Leão passou por momentos de extrema dificuldade já pelos espaços oferecidos. Aos 8’ tomou o segundo com Matheus Babi (2 x 0). Aos 12’, sofreu bola na trave em conclusão de Nikão. Aos 37’, Babi obrigou Felipe Alves a fazer grande defesa. Aos 45’ Cristian teve tudo para ampliar.

Todos esses lances decorrentes de espaços fartos dados pelo Leão. A rigor, o Fortaleza ainda saiu para o jogo no primeiro tempo. E até conseguiu importantes avanços, mas sempre com a guarda aberta para a livre movimentação dos anfitriões. Na fase final o Leão exercitou a costumeira reação, mas não foi possível reparar os estragos decorrentes dos graves equívocos da fase inicial. Lamentável. 

Observação 

O modelo adotado pelo técnico Vojvoda está sendo bem observado pelos adversários. Quem tiver jogadores habilidosos e velozes pode tirar elevado proveito dos espaços que o Fortaleza oferece. No primeiro tempo, na Arena da Baixada, o Athletico poderia ter construído um placar mais elevado. Vojvoda precisa estudar uma maneira, visando a equilibrar os compartimentos. 

Nervoso 

Não entendi a excessiva irritação do volante do Fortaleza, Ronald, que demonstrou total descontrole emocional. Poderia ter sido expulso. Teve de ser substituído por Ederson. Quando o time está em desvantagem no placar, irritação assim não resolve a adversidade e só serve para complicar ainda mais. Tem que jogar bola, amigo.  

Ele aí 

Igor Torres no pedaço, assinalando o único gol do Leão. O seu gol, aos 40 minutos da etapa final, não permitiu melhor reação. Se um pouco antes, talvez sim, pois o Fortaleza pressionava. O segundo tempo tricolor tem sido caracterizado pela insistência do Leão no seu jogo ofensivo. Mas não pode se estabelecer sempre assim como regra, máxime pelo grande desgaste daí decorrente. 

Trajetória 

Não vejo motivos para preocupações exacerbadas com relação ao Fortaleza. O time tem qualidade e um comando que revela forte liderança. Isso é fundamental. A trajetória é boa, máxime se comparada à situação do ano passado. Não pode, porém, permitir a repetição de equívocos, principalmente no tocante à postura que deixa vulnerável o sistema defensivo. 



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