Futebol: um dia de decepções em cascata

Leia a coluna do Tom Barros desta segunda-feira (14)

Legenda: Tiago Nunes e Vojvoda terão grandes desafios no mês de abril
Foto: Kid Júnior

Imaginei feliz que o sábado seria de vitórias. Que o brasileiro teria o prazer de ver outra vez um time nosso, bem nosso, campeão mundial. Que haveria vitória dos líderes Fortaleza e Ceará. Enfim, um sábado para comemorar e depois dormir tranquilo na serenidade dos vencedores. Nada disso aconteceu. Foi como uma queda d’água entre as pedras. Uma cascata onde cada um foi escorregando numa sequência de horário que começou às 13:30 e invadiu a noite, sem que a vitória dos cearenses acontecesse. Na primeira parte, Palmeiras. Bravo Palmeiras. Lutou. Fez das tripas coração. Correu o que pôde. Esbaforido, resistiu. Até que um pênalti cruel, desses inventados pelas novas e ridículas interpretações, acabou com o sonho dos brasileiros. Mas uma coisa deve ser dita em nome da verdade: o Chelsea mereceu. Houve momentos em que o Palmeiras não conseguia ligar um contra-ataque sequer. Humildemente recuado, reconhecendo a sua condição inferior, diante de um time cujo preparo físico garantiu a manutenção de alucinante ritmo, do começo ao fim da prorrogação. O futebol brasileiro não é aquilo que eu vi: um time acuado, dominado. Pelo visto, o futebol brasileiro perdeu a identidade. 

 

Força física 

 

Os europeus estão conseguindo um padrão permanente, já por uma condição física extremamente superior. Assim, não dão espaço. Estão em todos os lugares. Sufocam. Nas últimas decisões nas quais os times brasileiros participaram, sempre foi assim. O Flamengo sentiu o peso. O Grêmio sentiu o peso. Está difícil reverter a situação. 

 

Preparação 

 

Por que os europeus estão alcançando melhores condições físicas? Que modelo de preparação há na Europa? Como funciona o calendário futebolístico deles e como está o calendário esportivo em execução aqui no Brasil? Há algo que precisa ser acompanhado bem de perto. Os europeus estão ganhando na força física e na velocidade. Não deixam o time brasileiro respirar.  

 

Empate 

 

O Fortaleza foi melhor que o Náutico. Aos três minutos, Moisés perdeu a melhor chance. Se aproveita, poderia ter mudado a história do jogo. Gostei da movimentação de Moisés. Pikachu foi o melhor do jogo. Marcou os dois gols do Leão. Falhas pontuais da defesa comprometeram a vitória e determinaram o empate. Uma frustração. Ainda foi pouco o tempo de Romero em campo. 

 

Em casa 

 

Decepção também o resultado do Ceará: empate com o Sampaio no Castelão. O Vozão encontrou diante de si um time lutador. Numa avaliação ampla, o Ceará foi melhor. Mas os incômodos gerados pelo visitante foram além do esperado. O Ceará teve todo o segundo tempo para definir. Foram vários os erros de finalização. E por pouco Matheusinho não fez a festa do Sampaio. Não gostei.