Inacreditável o final em que o Fortaleza derrotou o Palmeiras no Allianz Parque. Foram muitas as incertezas, após a expulsão de Felipe aos 24 minutos da fase final. Havia muito tempo para o Leão segurar o empate. O esporte tem momentos iluminados de superação e talento, reservados aos atletas excepcionais. Foi assim com Yago Pikachu. Examinem o que ele fez já nos acréscimos. Quando Ederson lançou a bola pelo alto, Pikachu a recebeu com classe, sem deixar que ela tocasse no solo. E assim já a adiantou, tirando do lance o primeiro marcador. Com um novo toque, evitou o segundo marcador. E para finalizar a jogada com perfeição, evitou que a bola saísse pela linha de fundo. Aí, num reflexo imediato, tocou para trás, nos pés de Igor Torres que fez o gol da vitória. Nesses tempos de Olimpíada, certamente Pikachu receberia a medalha de ouro. Subiria ao pódio como número um olímpico na sua arte. Pikachu teve a frieza de uma Rayssa Leal, prata no skate; a precisão de um Ítalo Ferreira, ouro no surf; a força mental de uma Rebeca Andrade, ouro no salto da Ginástica Olímpica. Coloquem uma medalha no peito de Pikachu. Ele foi o melhor que poderia na definição da vitória tricolor.
A solenidade de encerramento da Olimpíada de Tóquio foi deslumbrante. Uma espécie de despedida especial, com um “até breve”, até Paris. Durante um mês, o mundo substituiu a violência de hoje pela graça da confraternização universal. O mundo pareceu melhor, mais compreensivo, unido e prudente.
Pena que tudo volta à cruel realidade. As nações ricas engolindo as nações pobres. Divisões e guerras, luxo e miséria, fartura e fome. Alguns com acesso a tudo. Outros sem acesso a nada. Uma Olimpíada deixa marcas de superação, recordes, vitórias. Deixa também marcas de frustração, derrotas, fracassos. A vida também é assim.
Muitos atletas conquistaram ouro para o Brasil em diversas modalidades. Foram comemorações justas. Entretanto, a imagem de ouro que mais me marcou foi a vitória da ginasta Rebeca Andrade no salto da ginástica olímpica. Ela, além da extraordinária competência e alta performance, levou para o pódio a doçura, a humildade, a graça de um belo coração. Que atleta fantástica!
Ainda não foi desta vez que o Estado do Ceará conseguiu um ouro olímpico. Aqui, ao lado do Castelão, há o Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFO). Segundo dados oficiais, é o maior conjunto de instalações esportivas do Brasil. Investir é preciso. O equipamento está aí. O sonho olímpico é eterno.