Na semana passada, coloquei na chamada da coluna o título: “Um Fortaleza excelente e ruim”. Fui chamado de incoerente. Mas a vida é assim mesmo. Cuidei de explicar: o Leão foi excelente diante do Palmeiras, mas havia sumido em Cuiabá. Ontem voltei a pensar da mesma forma.
No primeiro tempo o Leão foi excelente. Dominou o Juventude. Fez 2 a 0 com Lucero e Pikachu. E poderia ter feito muito mais, tal o domínio exercido com Sasha, Hércules, Pochettino e Bruno Lopes. Tudo levava a crer numa vitória serena, sem apertos. Mas, na fase final, a parte ruim voltou.
O Leão cedeu. O Juventude apertou com Mandaca, Juan, Gilberto e Ewerton. Criou uma série de embaraços. Diminuiu o placar com gol de Ewerton (2 x 1). O Fortaleza tentou sair da situação, mas, mesmo com a entrada de Bruno Pacheco, Dudu, Kayzer e Rosseto, pouca coisa mudou. Apenas uma finalização de Pacheco. Nada mais.
O Leão ganhou. Ótimo. Soma mais três pontos. Mas fica no ar a mesma indagação: como o Fortaleza pode ser tão bom em um tempo e tão ruim no tempo seguinte? Não consigo entender. Ainda bem que, no geral, tudo acabou dando certo.
Esperança
Tenho cobrado, com insistência, uma reação mais consistente do Ceará. Quando o time vence, ressurge forte a esperança de que a equipe engrenará uma sequência de triunfos, capaz de mantê-la no G-4. Quem tem por objetivo subir, não pode afastar-se do grupo de cima.
Fixação
A Série B tem apresentado oscilações que impressionam. Mas isso não interessa ao Ceará. O que interessa é o Vozão se estabilizar, independente do que esteja ocorrendo com os concorrentes. Sport (5º) e Santos (6º), por exemplo, de início passaram a impressão de estarem firmes e fortes. Hoje, ambos estão fora do G-4.
Outro caminho
É isso que não desejamos ao Ceará, ou seja, a inconsistência na camada superior. A vitória sobre o Ituano (4 x 2) animou. Saulo Mineiro, em noite abençoada, fez a diferença. Pergunto: por que não faz a diferença sempre? É a cobrança. O Lucas Mugni igualmente entrou muito bem. Por que não mantém o padrão sempre?
Técnico
Agora é com Léo Condé, novo treinador alvinegro. Tem a missão de conduzir o Ceará à Série A nacional. Após quatro rodadas sem vitória, o Vozão ganhou do Ituano, exatamente antes da chegada do Condé. Vitória tem o poder mágico de gerar um ambiente favorável. Léo Condé já chega com sorte. Pega ânimo novo, de esperança. É a estrela.
Satélite
Novamente o Ceará se aproxima do G-4. Mas não basta ser satélite, ou seja, ficar girando em torno do G-4. Tem de ingressar no G-4 o mais rápido possível, antes da virada da montanha (19ª rodada). Tem de somar mais para ter gordura para queimar quando preciso. Na luta contra o tempo, o Vozão despertou. Mãos à obra.