Deixei passar um dia para falar a respeito da goleada sofrida pelo Fortaleza na Arena Pantanal. Para uns, uma catástrofe. Para outros, uma humilhação. Para outros mais, o final dos tempos. Como um time da grandeza do Fortaleza, que não tremeu nem diante do Boca na Bombonera, quedou aparvalhado diante do Cuiabá, então lanterna da Série A?
Acontece. A graça do futebol está na imprevisibilidade dos resultados. Vez por outra, um gigante sucumbe. E desmorona como um edifício implodido. Foi o que houve com o Fortaleza, numa noite de embotamento total. Jornada em que tudo somente deu certo para um lado. Naquela ocasião, o Cuiabá ganharia do Flamengo, do Palmeiras e de quem se metesse a besta no seu caminho.
Não foi o fim do mundo. Nem será o fim do Fortaleza. Por mais paradoxal que pareça, a goleada sofrida poderá ser a goleada salvadora, pois promoverá a virada do jogo. Conduzirá o elenco a uma nova realidade. E, com o elenco, a comissão técnica, a diretoria, o presidente, o CEO, o massagista, o mordomo, a zeladora, o vigilante... Não há mal que não traga um bem.
Sem explicação
Há resultados que não comportam explicação. Não adianta a caça às bruxas. Adianta, sim, uma reflexão sobre o que está acontecendo. Na fase final do jogo decisivo diante do CRB, o Fortaleza sumiu. Não jogou nada. Já ali poderia ter tomado uma goleada de quatro gols de diferença. Não tomou, graças ao goleiro João Ricardo, que operou milagres.
Superação
Não é a primeira vez que o time declina sob o comando de Vojvoda. Já passou por outros vexames. Nunca, porém, na dimensão da derrota para o Cuiabá. Foi até bom que acontecesse agora, na nona rodada, porquanto há tempo suficiente para as devidas correções de rumo.
Nova derrota
A passagem do Ceará pelo G-4 foi uma mera ilusão. Na derrota para o Brusque, restou provado que o time ainda terá de melhorar muito o seu desempenho, caso queira conseguir algo mais consistente. Admito que o péssimo gramado do Estádio Gigantão das Avenidas atrapalhou, mas não se justifica a queda de produção na dimensão acontecida.
Realidade
Há que se reconhecer as limitações do elenco do Ceará. O técnico Vagner Mancini tem tirado leite de pedra. A propósito, até o Santos, que teve uma arrancada espetacular, iniciou uma incrível viagem de volta. É o sétimo colocado. A Série B é uma gangorra. Por enquanto, o América-MG e o Avaí estão muito bem.
Aflição
Na Série C, o Ferroviário também tem oscilado demais. Quando o técnico Paulinho Kobayashi retornou, deu a impressão de que conseguiria fazer novamente um Ferroviário vitorioso, mas os resultados recentes não foram bons. O Ferrão tem apenas dois pontos acima do primeiro time da zona baixa, o Sampaio Corrêa. Está difícil.