Há ou não má vontade dos árbitros contra os times nordestinos? O assunto é polêmico. Alguns fatos remetem a reflexões. No jogo Internacional 2 x 1 Fortaleza, no Beira-Rio, o zagueiro Brítez sofreu falta feia, cometida por Gabriel Mercado. O árbitro Gustavo Ervino não marcou. O lance resultou no gol da vitória do Inter.
Pior que a não marcação da falta pelo árbitro Ervino foi a omissão do VAR. Deixou correr frouxo como se nada tivesse acontecido. Absurdo maior viria no ato seguinte: Brítez foi reclamar do árbitro e acabou expulso. Além da queda coice. Brítez, a vítima, foi mandado para o chuveiro. E o gol irregular foi confirmado.
Em 1994, na decisão da Copa do Brasil em Porto Alegre, o Ceará passou por algo semelhante. O Vozão jogava pelo empate com gols. Pedia por 1 a 0. Sérgio Alves sofreu pênalti claro. Seria a chance para o empate e o título. O árbitro não marcou. Sérgio, ao reclamar, foi expulso.
Que coincidência! Sempre os erros contra os times cearenses. Que coincidência! Após os erros, as vítimas foram expulsas de campo e os infratores continuaram intocáveis. Não digo que os árbitros sejam desonestos. Não, isso não. Mas digo que são covardes, pois não têm coragem de marcar nada contra os donos da casa.
Triplo prejuízo
Observem que a decisão errada do árbitro trouxe consequências graves. Validou lance irregular que resultou na vitória do Internacional, deixou o Fortaleza com um jogador a menos e, com a expulsão, Brítez não poderá atuar na próxima partida. Detalhe: o árbitro Gustavo Ervino, que errou, não sofrerá nada. Seguirá impune, apitando por aí.
Desconfiança
Desde quando o Fortaleza passou a incomodar os poderosos das bandas de lá, os dirigentes do clube passaram a temer os erros das arbitragens. Os chamados árbitros caseiros são os mais temidos. Eles são honestos, mas são frouxos. Não suportam pressão. Na dúvida, marcam a favor dos donos da casa.
Olho vivo
O Fortaleza ainda está numa posição que incomoda muita gente. Não tenham surpresas se novos erros de arbitragem vierem a acontecer. Para um time nordestino superar tais situações adversas decorrentes da arbitragem, será preciso ter sobra de qualidade. Lamentavelmente, é assim que a banca toca.
Realidade
Quero deixar bem claro uma coisa: o Fortaleza jogou mal. O Internacional foi muito superior nos dois tempos. O Inter mereceu vencer, não por meio de um lance irregular, mas pelo padrão adotado, que engoliu o Fortaleza. O Leão jamais se mostrou intensivo. Pelo contrário: sempre correu atrás.
Isenção
Os senhores da arbitragem têm hoje à sua disposição um VAR para tirar dúvidas. Que usem à exaustão o direito de ver e rever o que a olho nu não foi perceptível. Não se admite um lance como o do gol da vitória do Internacional não ser submetido à nova verificação. Se assim não for, a utilização do VAR perderá a razão de sua existência.