Quando o resultado importa mais que a produção

Leia a coluna de Tom Barros

Há momentos em que não me apego ao que houve no transcorrer dos jogos, mas aos resultados. Talvez as más línguas aproveitem para dizer que sou um comentarista de resultados. Não é bem assim. Vejo a produção e analiso, mas vejo também a importância do resultado. Ora, no caso da classificação do Fortaleza na Bombonera, optei por enaltecer o resultado. Claro que não gostei da produção do Leão. O primeiro tempo foi ruim. Nenhuma bola perigosa em conclusão para o gol dos argentinos. Horrível. Na fase final, veio o gol de Cavani logo aos dez minutos. Mais pressão. 

O Fortaleza seguiu atrás. Apostou no que se convencionou chamar de bola perdida, mas que, na verdade, é uma bola achada. E quem a achou, em um contra-ataque mortal, foi Kervin. O gol do empate, da classificação. Além disso, o direito de decidir em casa, no Castelão, diante do Trinidense, o primeiro lugar do grupo. Quem quiser se detenha apenas na produção das equipes. O pensamento é livre. Só sei que, ganhar uma classificação diante do Boca em plena Bombonera é motivo de comemoração, sim. O resto é preciosismo. 

Sequência 

O Ceará está a apenas um ponto do tão desejado G-4. A vitória sobre o Amazonas, além de ser a segunda consecutiva, mostrou a volta positiva de Erick Pulga, que faz a diferença no ataque alvinegro. Agora vai para o desafio direto diante de dois times do Paraná e um de Santa Catarina.  

Na fila 

O Vozão (6º) enfrenta o Operário (7º) em Ponta Grossa, domingo próximo. Depois, no Castelão, enfrentará a Chapecoense (8º). Na rodada seguinte, também no Castelão, enfrentará o Coritiba (10º). Portanto, são disputas diretas. Ceará e Operário têm o mesmo número de pontos, oito. O Coritiba tem sete. O momento é bom para chegar ao G-4. 

O gol 

Kervin Mario Andrade Navarro, 19 anos de idade, nascido em Puerto Ordaz, Ciudad Guayana, Venezuela, está numa fase esplendorosa. Interessante, tem por berço um país no qual o esporte preferido é o beisebol. Depois é que aparecem o basquete, futebol, voleibol e automobilismo. Tem muito talento o rapaz,  

Luto 

Em dois dias, perdas de notáveis profissionais da comunicação: Washington Rodrigues, Sílvio Luiz e Antero Greco. Nestas minhas coberturas de Copa do Mundo e narrações que fiz pelo Brasil e pelo exterior, conheci dois deles: Washington Rodrigues (o Apolinho) e Sílvio Luiz, o narrador dos bordões. Deixaram a marca de seus talentos. Vida que segue. 

Saudade 

Diante desse luto, fui tocado pela saudade de profissionais brilhantes, com os quais dividi emoções anos a fio no rádio esportivo: Afrânio Peixoto, Paulino Rocha, Sérgio Pinheiro, Carlos Fred, Wilson Machado, Jurandir Mitoso, Carlos Alberto, José Tosta, Bonifácio de Almeida, José Cabral, José Monteiro, José Santana...Como a vida passa rápido.