Os tropeços do Ceará na mesma pedra

Leia a coluna desta quinta-feira

Jamais imaginei que veria Ceará novamente passando os vexames de outrora, quando ficava pendurado no velho “balança, mas não cai”. Pensei que tais agonias fossem coisas do passado. Ledo engano. Está aí o Vozão contando os pontinhos que lhe faltam para permanecer na elite nacional. O Vozão começou arrasador a Série A deste ano. Na estreia, ganhou (2 x 3) do Palmeiras dentro do Allianz Parque. Sim, ganhou do campeão do Brasil e atual líder da Série A. Fogo de palha do Vozão. Depois disso, uma outra realidade se desenhou.

O tormento em casa começou logo na segunda rodada: perdeu para o Botafogo (1 x 3). Na quarta rodada, também em casa, perdeu para o Bragantino. Na nona rodada, em casa, empatou (1 x 1) com o Coritiba. Na 12ª rodada, em casa, empatou com o Atlético Mineiro (0 x 0). Na 14ª rodada, em casa, empatou (1 x 1) com o Atlético-GO, seu perseguidor de agora. Na 15ª rodada, em casa, empatou com o Internacional-RS. Na 20ª rodada, em casa, perdeu para o Palmeiras (1 x 2). Na 22ª, em casa, perdeu para o Fortaleza (0 x 1). Já contaram quantos pontos o Ceará deixou escapar dentro do Castelão? Basta de tropeçar na mesma pedra...    

Escapa 

Ontem, na redação do jornal, meus colegas estavam calculando quantos pontos serão necessários para salvar o Vozão. Esse filme está mais reprisado do que “A Noviça Rebelde” na Sessão da Tarde. Eu mesmo já mostrei a variação que há de ano para ano. Se o Ceará não tivesse desperdiçado a metade dos pontos que deixou escapar no Castelão, estaria nas cabeças, lá em cima. 

Atrapalhou 

Não tenho nenhuma dúvida que a presença do Ceará na Sul-Americana acabou atrapalhando sua campanha na Série A. Claro que as outras competições também atrapalharam. Entretanto, o desgaste na Sula foi maior por problemas de altitude e viagens longas. O elenco não conseguiu manter o ritmo. Pagou caro.  

Internacional 

É bom disputar as competições internacionais, quando se tem um elenco numeroso e de qualidade para fazer o rodízio do grupo, sem deixar cair a qualidade. Diz o velho ditado popular: quem não pode com o pote não pega na rodilha. Na minha opinião, a participação do Ceará na Sula comprometeu o desempenho na Série A. Agora as consequências estão aí. 

Recuperação 

Volto a bater na mesma tecla: depois que o Fortaleza se livrou das outras competições, principalmente da Libertadores, passou a recuperar as forças. Resultado: concentrado numa única competição, ou seja, na Série A, teve extraordinária reação. De lanterna a nono colocado e já de olho na pré-Libertadores. Cuidado com essas competições internacionais...