O presidente ideal para o Ceará

Leia a Coluna desta quinta-feira (28)

Nos últimos anos, as turbulências políticas internas em Porangabussu trouxeram sérios prejuízos ao clube. Ora, se não houver harmonia no alto comando, como poderá haver harmonia no elenco de jogadores. Quer queiram, quer não, as desavenças são contagiosas: vão de departamento a departamento. 

A volta do Ceará à Série A nacional suscitou novas esperanças de pacificação. A eleição acontece em um clima de otimismo decorrente do acesso à elite. Tenho contemplado à distância o que vem ocorrendo nos bastidores do Vozão. Houve momentos desconfortáveis. 

Os candidatos João Paulo Silva (situação) e Pedro Gabriel (oposição) apresentaram suas propostas. Agora, cabe aos conselheiros a avaliação e a decisão sobre o que será melhor para o Ceará. Está na hora de os grupos pensarem mais no clube do que nas vaidades pessoais. 

Quem tem que jogar para a plateia é o time em campo. O bom dirigente não precisa de holofote nem de espaços na mídia. Se alcançar êxito administrativo, financeiro e esportivo, logo ganhará os aplausos do público. 

 

Metas 

 

Quem vencer a eleição no Ceará terá sérios desafios. Uma das prioridades será montar um elenco à altura das exigências da Série A. Observem que o time ganhou a vaga na elite nacional, mas foi de forma muito sofrida. Isso, por si, já demonstra a necessidade de significativas contratações. 

 

Periscópio 

 

Ver por cima ou além do campo de visão, propriedade dos periscópios, terá de ser assim a ação do departamento de futebol do Ceará. Descobrir valores em praças não observadas pela maioria dos clubes. Monitorar, mapear, ter expertise. Se não fizer isso correrá sério risco de permanecer na mesmice. 

 

Sócio-torcedor 

Um outro assunto que necessariamente estará na mesa de quem for eleito presidente do Ceará: a reforma dos estatutos do clube. E, dentro da reforma, a aprovação da participação do sócio-torcedor a partir do próximo pleito presidencial. Não há como fugir desse assunto. 

 

Ideal 

 

Poderia citar vários presidentes que marcaram, com vitórias e títulos, a história do Ceará. Mas poderia cometer lapsos e injustiças. Então, na pessoa do saudoso ex-presidente Elias Bachá, faço uma homenagem a todos os ex-presidente, elegendo-o como modelo ideal para todas as gestões. Para Bachá, o Ceará estava acima de tudo. 

 

Conclusão 

 

O Ceará tem de ser pacificado a todo custo. A existência de alas não traz proveito ao clube. Pelo contrário, gera sérios entraves. Além da pacificação, há também necessidade de transparência em tudo, principalmente sobre receita e despesa. Isso fortalecerá a confiança total na nova diretoria.