Há algo transcendental no Tricolor de Aço. Há uma magia intrínseca “naquelas camisas”. Tantas as reviravoltas inexplicáveis que acabo aceitando a ideia de que entes superiores controlam os destinos do clube. Há apenas cinco anos, o Fortaleza estava na Série C. E, por pouco, não caiu para a Série D em 2011. Finalmente, em 2017, após oito anos de humilhações, subiu para a Série B. Pegou o embalo e subiu para a Série A em 2018. Quem poderia imaginar que em apenas quatro anos o Leão chegaria duas vezes seguidas à maior competição das Américas, a Libertadores que liberta, que dá status, que dá dinheiro? Quem imaginaria que em quatro anos o Fortaleza seria o quarto melhor time do Brasil em 2021 e o oitavo melhor time do Brasil em 2022? Na frente do Leão em 2021 apenas Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. Para trás o Leão deixou times famosos como Corinthians, Fluminense, Internacional, São Paulo e Grêmio. Já agora, em 2022, o Leão deixou para trás times famosos como São Paulo, Botafogo e Santos. O Fortaleza precisa ser estudado. A energia que o impulsiona é composta por amor, raça, confiança e fé. O tema é vitória. O lema é não desistir nunca. Aí acontece.
Nos bastidores
Fervilham em Porangabuçu as lutas intestinas. Pouco se sabe exatamente a dimensão das discordâncias e qual o poder de fogo das forças antagônicas. O alvo, claro, é o presidente Robinson de Castro. Ele resistirá às pressões de toda ordem? Quando um time entra em desgraça, mil histórias vêm à tona. Verdades e mentiras, misturadas ao calor das discussões.
Confusão
Há muito disse não disse entre os alvinegros. O cronista precisa se cercar de muito cuidado quando a boataria assume semelhança com a realidade. Se o Ceará tivesse permanecido na Série A, certamente os ataques seriam neutralizados pela permanência na elite. Com o rebaixamento, ganham corpo a reação e a revolta.
Consequência
Não há como entender o Ceará o ano todo em queda livre, sem uma providência capaz de frear a descida que o levou até o chão. As tímidas intervenções da diretoria geraram a insatisfação generalizada que se alastrou a cada derrota. Nos clubes, ninguém se perpetua no poder. No fracasso, não é só treinador que despenca: dirigente incompetente também cai.
Projeção
Não sei como será o Ceará em 2023. Para voltar a ser um time vencedor, terá de primeiramente resolver as pendências internas no alto comando. Se não encontrar uma solução pacífica, correrá o risco de cair para a Série C. Time desunido no topo leva para o campo a bagunça existente. Alerta dado. Se não houver correção de rumo, o castigo será cruel.