Não existe vitória antecipada. Existe um favorito. O Palmeiras é. Mas, entre uma situação e outra, há diferenças. O favoritismo é apenas uma indicação. Não é certeza. Em 1950, no Maracanã, diante de 200 mil torcedores, o Brasil era favorito para ganhar a Copa. Jogava pelo empate. Fez 1 a 0. O Uruguai foi campeão.
Poderia citar centenas de casos nos quais o favorito acabou perdendo. Não vou longe. No ano passado, o Botafogo abriu 13 pontos de vantagem sobre os concorrentes. Tornou-se o favorito para ganhar a Série A. Entrou em inexplicável declínio. Perdeu o título.
Amanhã, no Allianz Parque, o Palmeiras é o favorito. Está colado no líder Botafogo. Quer a liderança. Pela lógica, deve dar Palmeiras. Tem melhor elenco. Está em uma fase ascensional. Tem uma imensa torcida como alicerce. Enfim, tudo a favor. Mas não existe vitória antecipada.
Não sei como o técnico Vojvoda vai escalar a equipe, pois tem desfalques. O Palmeiras também tem desfalques. Mas o Verdão tem melhores opções de banco. Ao Palmeiras interessa o título. Ao Fortaleza uma vaga na maior competição das Américas.
Matemática
Pelos números, o Fortaleza ainda está na luta pelo inédito título de campeão brasileiro da Série A. Apesar disso, a queda de produção reduziu a quase zero as esperanças com relação a tal proeza. Mas restou provado que, com um planejamento mais concentrado na competição, terá condições de chegar lá nos próximos anos.
Duas frentes
O que atrapalhou o Fortaleza foi, no momento da definição, ter divido atenções entre a Sul-Americana e a Série A. Não tinha elenco maior para, sem queda de qualidade, competir nas duas. Assim, em algumas partidas, deu fortes sinais de desgaste, sempre correndo atrás dos adversários.
Prioridade
Quero acreditar que, se o Leão concentrar atenção em uma única competição, certamente ampliará as suas possibilidades de ganhar um título de envergadura nacional. Se dividir as atenções, tropeçará na mesma pedra que tropeçou agora: foi eliminado da Sula e comprometeu um possível título na Série A.
Aposta pessoal
No caso de querer o título de campeão da Sul-Americana de 2024, pareceu mais um desejo pessoal do Vojvoda. Ficou claro que ele não conseguiu absorver a perda do título no ano passado. Foi uma tentativa de outra vez chegar à decisão, já que uma segunda oportunidade se apresentava viável. Não deu certo.
Lição
Resta saber que lição o Fortaleza está tirando da atual temporada. Perdeu o hexacampeonato cearense, mas foi campeão da Copa do Nordeste. Foi eliminado da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Se ganhar uma vaga direta na Libertadores estará justificada a campanha deste ano.