Não há time que aplique intensidade o ano todo

O técnico Vojvoda é adepto da intensidade. Teve início avassalador. Mas, nos dois jogos recentes, houve uma redução no ritmo

É bonito ver o futebol de uma equipe que adota ritmo forte, velocidade para cima. Entretanto, é difícil manter intensidade permanente porque as condições físicas normais não permitem. Os atletas acabam se ressentindo. Geralmente, um time consegue usar carga máxima de esforço em até dois jogos. No terceiro, torna-se visível o sinal do desgaste. Então, correto é ir dosando energia ao longo da competição. A rotatividade ajuda, mas não resolve. Colocar jogadores na “caderneta de poupança” contribui, mas não dá garantias de total recuperação. Os desafios são enormes. No Fortaleza, o técnico Vojvoda é adepto da intensidade. Teve início avassalador. Mas, nos dois jogos recentes (empate com o Atlético em Goiânia e empate com o Fluminense no Castelão), houve uma redução no ritmo, se comparado ao modelo alucinante posto em prática nos jogos anteriores. A torcida tem que compreender isso. Lembro do São Paulo no ano passado. Alcançou a marca de sete pontos sobre o segundo colocado. Havia quem já o considerasse campeão por antecipação. Não conseguiu manter o ritmo. Danou-se a tropeçar. Terminou em quarto lugar, cinco pontos a menos que o campeão, o Flamengo.

Confiança

A boa produção do Ceará em Porto Alegre foi mais importante que o resultado (empate 1 x 1). Ficou a certeza de que o time pode retomar o perfil alcançado no ano anterior, quando até vislumbrou chances de disputar a pré-Libertadores. Parece que o time se desfez dos fantasmas dos seguidos insucessos.

Permanência

A primeira consequência da boa produção do Ceará foi o alívio da pressão sobre o técnico Guto Ferreira. Como mudar de treinador se o time jogou bem e merecia até mesmo ganhar do Inter no Beira-Rio? A meu juízo, teria sido precipitada a saída da atual comissão técnica. Pontos para o presidente Robinson de Castro que a manteve, apesar dos protestos da torcida.

Semelhança

Todo jogador passa por quedas de produção. Thiago Galhardo, do Inter, esteve tão bem no ano passado que até foi convocado para a Seleção Brasileira. Foi vice-artilheiro da competição com 17 gols. A exemplo de Vina, Galhardo também vive uma fase difícil. Diante do Ceará, Galhardo sumiu em campo. Ambos sabem de bola. A qualquer momento reencontram o melhor futebol.

Série C

No Grupo A da Série C nacional, os três primeiros colocados, Altos, Volta Redonda e Ferroviário estão com sete pontos, duas vitórias e um empate. A diferença está no saldo de gols. Boa campanha do Ferrão. O Floresta está na briga. É o sexto colocado com cinco pontos. Precisa melhorar o desempenho.