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Vantagens e desvantagens

Na semana passada, mostrei os cuidados que o Ceará deve ter na administração da vantagem obtida para o jogo de volta com o Flamengo (pode até perder por 1 a 0 e ainda assim ficará com a vaga). Não raro, situação assim gera enganosa sensação de conquista antecipada, fato extremamente prejudicial e comprometedor. Não faz muito, quatro times brasileiros (Cruzeiro, Internacional, Grêmio e Fluminense), com vantagens semelhantes à do Ceará, foram eliminados da Copa Libertadores, no mesmo dia, talvez porque apegados a circunstâncias favoráveis que acabaram neutralizadas pelos adversários. O melhor para Ceará será talvez fazer de conta que a vantagem inexiste. E mais: entrar em campo, quarta, como quem precisa vencer. Dessa forma, evitará surpresas desagradáveis como as registradas na Copa Libertadores.

Pode muito mais

Iarley teve discreta participação na conquista do título pelo Ceará. Em momentos, apresentou lampejos do craque que é. Mas, na maioria das disputas, parecia travado, como quem não consegue retomar a forma. Soube que um incômodo físico o estava impedindo de apresentar produção convincente. Iarley tem talento para jogar muito mais. Na hora de segurar a bola na frente, poucos o fazem com tanta competência. Isso será importante no jogo de amanhã com o Flamengo.

Destino

Terminado o Campeonato Cearense 2011, resta agora saber o destino dos clubes que ficaram fora das competições nacionais. São meses seguidos sem receita. Que empresa se sustentaria se tivesse de passar meses de portas fechadas? Mas no futebol há algumas mágicas impressionantes. Há clubes que ressurgem como a relva nas primeiras chuvas. Observem que, nos primeiros sinais do inverno, a caatinga logo muda de cor. Fica verdinha, revigorada, bonita, viçosa. Pois os times de futebol do Nordeste também têm reações assim. Basta o sopro de uma competição, por menor que seja, para reanimá-los. E, de repente, todos outra vez voltam a campo, superando as dificuldades. Fantástico.

O novo xodó da galera

Marcelo Nicácio no coração dos alvinegros. Na reta final do certame, "desembestou" a fazer gols de todo tipo. Impressiona-me a qualidade mostrada por ele nas cobranças de falta. Desconhecia essa sua precisão milimétrica, que lembra os grandes cobradores de falta do passado como Roberto Dinamite, Zico e Bebeto. Nicácio é o novo xodó da galera.

Dificuldade

Muita gente não entendeu a razão por que um time afinado como o Guarani/J implodiu na decisão. Compreendo que a vocação ofensiva da equipe criou embaraços quando esta, diante de pressão do adversário, teve de exercitar um modelo defensivo mais forte. Nesse caso, a pegada teria de ser incisiva, chegar junto ou antecipar-se. Somente Marcinho Guerreiro tinha característica assim. Taí um dos motivos pelo qual o Guarani não conseguiu reagir.

Reabertura

O PV de volta. PV eterno. Domingo passado, na reabertura, foi cenário de mais uma decisão do Campeonato Cearense. Em 1973, quando da inauguração do Castelão, decretaram o fim do Estádio Presidente Vargas. Enganaram-se os que vaticinaram a extinção da mais antiga, simpática e querida praça de esporte do futebol cearense. A cidade ganhou um novo PV, bonito, moderno, funcional. Só espero que todos saibam conservá-lo. Questão de consciência.

Recordando

Década de 1960. Time de funcionários da então Ceará Gás Butano, chamado Esporte Clube Butano. A partir da esquerda: Ednardo, Dedé, Wanderley, Pacheco e Elder. Na época, a equipe disputava torneios e campeonatos com outros times ligados a empresas do Estado do Ceará. Além dos que aparecem na foto, faziam parte do grupo Sebastião, Barbosa, Luciano, Pinheiro, Zezão, Narciso, Eliézer e João Gato.