Matéria-954573

Fortaleza soube se impor

Vitória justa de quem quis mais: o Fortaleza. Desde o início o Leão foi mais voluntarioso com Régis, Pimenta, Tatu e Reginaldo. O Ceará lento na organização e preguiçoso na saída ao ataque. Só após 20 minutos, o alvinegro despertou. Geraldo, sozinho, perdeu grande chance. Mas o melhor momento foi de Tatu: uma bomba que obrigou Fernando Henrique a praticar notável defesa. Ficou no 0 a 0. Na fase final, novamente o Fortaleza começou melhor. Assim traduziu no placar a vantagem em campo: Tatu fez 1 a 0. Dimas reagiu, colocando em campo Washington e Osvaldo. Melhorou. O Fortaleza optou por ficar mais atrás. Entendi a substituição de Bismarck, que tinha problema físico. Entrou Leandro. Não entendi a saída de Tatu. Flávio Araújo assumiu o risco. Aceitou a pressão alvinegra, mas se deu bem. Com muito mérito ganhou o jogo.

A frustração

Voltas que a vida dá. Na decisão do turno, Osvaldo fez o gol que deu o título ao Ceará. Ontem, no final do jogo, sentiu o gosto amargo de perder a melhor oportunidade de empate. Fez tudo certo na construção da jogada, mas errou na conclusão. Restou ao atacante a frustração pela chance perdida. Decididamente há dificuldades alvinegras na fixação de um homem que traduza permanente eficiência no ataque. Costumo brincar, dizendo: levem de volta o Sérgio Alves.

Para análise

O melhor foi Tatu. Muito presente, sempre incomodando a defesa do Ceará. Tipo do jogador que se doa mesmo. /// Fabrício nem de longe lembrou o zagueiro seguro. Falhou feio em dois momentos. /// Regis revelou-se eficiente em todos os sentidos. Marcos Paulo o acompanhou no desempenho positivo. /// O Ceará é a imagem de um time que vai gradualmente perdendo o brilho ou o gosto de jogar. Há algo comprometendo o antigo sentimento de grupo. /// O desabafo de Júnior, a situação de Boiadeiro, que fora sacado, a instabilidade dos homens de ataque e a própria postura de Dimas refletem um novo momento. Há necessidade de urgente correção de rumo. É visível a queda de produção do Ceará.

Tatuagem tricolor

A marca de Tatu é aplicação, voluntariedade, brio. Nos clássicos diante do Ceará, não raro ele deixa a marca, tipo tatuagem, com seu gol. Ontem não foi diferente. Lutou muito. Pouco antes de fazer Fortaleza 1 a 0, ele já mandara dois torpedos: um, Fernando Henrique pegou; o outro passou rente. No gol, a defesa alvinegra vacilou. Aí Tatu promoveu a festa.

Reações

Conversei, sexta-feira passada, com Luís Torquato e Teco-Teco. Eles me disseram que a derrota do Guarany para o Itapipoca fora um acidente de trabalho. Pelo visto, ontem houve outro acidente, mas agora dentro do Junco: deu Horizonte 2 a 1. /// O técnico Filinto Holanda, atacado pela virose (febre alta e dor de cabeça), não acompanhou o Ferroviário a Juazeiro. Mais acamado ficou com o empate diante do Icasa, tal como aconteceu, no último minuto.

Gerais

O Tiradentes volta a brilhar, lembrando certos bons momentos que tivera no primeiro turno. Ganhou do Quixadá e está na G-4. Cacá, Ribinha e Cleiton outra vez em alta. /// Itapipoca foi bem contra o Guarany, mas mal contra o Limoeiro. Para tristeza do Eudi Assunção, em casa ficou no 0 x 0 com o lanterna Limoeiro. /// Em Londres, Neymar fez Brasil 2 x 0 Escócia. O jovem atleta vai ganhando maturidade. Já imaginaram como estará em 2014?

Recordando

21 de outubro de 1955. Time do Calouros do Ar, campeão cearense, após ganhar (2 a 0) do Ferroviário, gols de Beto e Edilson, no último jogo da série melhor de três. A partir da esquerda (em pé): Jairo, Pedrinho, Coité, Luciano, Jandir, Jesus e o diretor, Major Salgueiro. Na mesma ordem (agachados): massagista Porenga, Vandir, Zezinho, Beto, Helder e Zuzinha. (Acervo de Jurandy Neves).