As primeiras críticas
O técnico Dimas Filgueiras viveu permanente lua de mel com a torcida, desde que assumiu o comando após a queda de Mário Sérgio. Dimas manteve o time na Série A, ganhando jogos de grandes clubes brasileiros. No "estadual", a conquista invicta do primeiro turno consolidou o relacionamento técnico/torcida. Mas, após o empate (0 a 0) com o Brasilense, insatisfações foram notadas. Não pelo resultado, mas pelo ruim desempenho do time. Na perda da invencibilidade para o Guarani/J, vieram as críticas mais azedas. Motivo: a teimosia de Dimas ao manter modelo fechado, quando tem elenco para ser ofensivo. Está na hora de uma sacudida. O Ceará parece começar a sentir o que acontece com a maioria dos vencedores do primeiro turno: o desgaste natural ou a quase imperceptível acomodação por entender que tem margem para trabalhar.
Em alta
O meia Adriano Pimenta tem agradado. No jogo com o Ferroviário, apesar da derrota, ele teve participação positiva. O que mais me chama a atenção é o fato de ter alcança entrosamento em curto espaço de tempo. Distribuiu bem o jogo, cobrou bem os escanteios. Quero acreditar que, na medida em que atuar mais, melhor será o desenvolvimento de suas jogadas. Caberá ao técnico Flávio Araújo tirar do futebol de Adriano o melhor proveito possível. Ótima contratação.
Arma do Cariri
A força do Guarani/J está no conjunto. Não sem razão desde o primeiro turno mantém regular padrão, tendo perdido o norte apenas na fase semifinal, quando, num equívoco, mudou de postura. Tem um goleiro muito bom: Valdo. Na meia-cancha, Marcinho Guerreiro, Cleiton Cearense, Jerson e Zé Augusto alcançaram o estágio que costumo chamar de sintonia. O próprio Niel, quando optou por concluir um lance em que seu companheiro tinha melhor condição, recebeu reprovação do meia Zé Augusto. O sentimento que deve imperar é o coletivo. Assim é a proposta de um time que poderá alcançar outros resultados importantes, máxime quando dos desafios semifinais e final.
Forma de contrabalançar
O atacante Rômulo, do Ferrão, criticado porque acima do peso, exerce papel importante. Ele dribla com perfeição, prende o jogo quando necessário e lança bem. Foi assim antes de cruzar para o gol de Juranilson (1 a 0) na vitória sobre o Leão. Rômulo não tem mais a leveza dos tempos jovens, mas compensa com sua experiência os quilinhos que tem a mais.
Questões
Entendo injustas as críticas ao técnico Flávio Araújo. O Fortaleza, com um jogador a menos, teve tudo para abrir o placar. Flávio não tem culpa, se Tatu, Guto (até de pênalti), Reginaldo e Bismarck perderam todas as chances. /// O problema de fixar um centroavante titular no Ceará está difícil. Já jogaram de início, Júnior, Marcelo Nicácio e Washington. Osvaldo, domingo, teve sua chance, mas se contundiu. Vão acabar levando de volta o Sérgio Alves.
Notas & notas
Lamentei muito a morte do radialista Antonio Alberto, locutor brilhante, de bela voz. Trabalhou na Verdinha e, em 2010, apresentou o "Bola de Meia" na TV Diário. Foi o mais perfeito imitador do "Coronel Ludugero". Ficou a saudade. /// Bruno Albuquerque, da Federação Cearense de Basquete, avisa que haverá Assembleia Geral Ordinária, 31 de março de 2011, à 20 hs, rua Silva Paulet, nº 299, 1001, para eleição da diretoria da entidade (2011/2012).
Recordando
Uma das formações do Ceará, bicampeão cearense de 1957/58. A partir da esquerda (em pé): Cláudio, Benício, Carneiro, Alexandre, William Pontes e Ivan Roriz, goleiro que foi meu primeiro ídolo no futebol. Na mesma ordem (agachados); Neném, Bira, Zezinho Ibiapina, Ananias e Guilherme. Tenho muita vontade de entrevistar Alexandre no Debate Bola. Alô, Alexandre! (Acervo de Jurandy Neves).