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Controle da situação

Um time qualificado sabe administrar os momentos adversos. Depois, toma conta da situação. Doma a fúria inicial do antagonista e passa a exercer o controle da partida. O Flamengo venceu porque, sem afobação, teve competência para definir o jogo com a precisão dos seus melhores atletas. O Fortaleza correu, lutou, teve brio. Em parte, até comandou as ações. Mas não tinha o que Flamengo teve de sobra: a frieza no arremate como quem dá o tiro de misericórdia. Durante os primeiros 20 minutos, o Leão parecia mandar no jogo. Bastou um ataque com a habilidade de Thiago Neves para se ver a diferença no momento de definir (1 a 0, gol de Wanderley). Na fase final, o Flamengo atraiu o Fortaleza que precisava fazer um gol. Ora, com espaços, o Mengo liquidou o jogo. O visitante, mesmo quando pressionado, jamais perdeu o controle da situação.

Mesma luta

O atleta Luciano Henrique se superou diante do Flamengo. Desde seu retorno, jamais o vi tão voluntarioso e aplicado. A torcida espera que assim continue daqui para frente, mesmo que não haja os holofotes de transmissão em rede nacional de TV. No geral, eu vinha há algum tempo observando melhoras no trabalho dele. Por esse motivo, discordo dos que dizem que ele se esforçou assim porque era um jogo de importância nacional. Fácil será conferir nos próximos jogos locais.

Diferença

Tenho observado, ao longo de tantos anos de batente, que o time ciente e consciente de sua superioridade sabe quando é a hora de liquidar a fatura. O menos qualificado perde muita energia na tentativa de superar as próprias limitações. Louvo a disposição que o Fortaleza demonstrou. Não foi por falta de empenho que as coisas não deram certo. Se o Fortaleza tivesse saído na frente no placar, as consequências psicológicas teriam deixado o Leão mais confiante. Mas o gol que sofreu, gerou temores e incertezas. Aí o próprio grupo em campo analisa a situação e enxerga claramente a diferença que o impede superar o maior potencial do adversário. Então, humilde, aceita a cruel realidade.

Interesse durante todo o jogo

O Ceará deve estar atento a um fato concreto: se não fosse a bela atuação do goleiro Fernando Henrique, teria sido derrotado no Boca do Jacaré. A propósito, o alvinegro anda negligenciando. Já na vitória sobre o Horizonte (4 x 2), onde Fernando também fez belas defesas, restou provado que o time, em momentos, parece perder o interesse no jogo. Isso não é bom.

Acomodação

É possível se pensar que o Ceará, porque tem um turno ganho e está garantido na final do "Estadual 2011", venha sem perceber padecendo de acomodação. Afinal, a temporada é longa e o time trabalha em duas frentes. É natural que o grupo tente evitar desgastes. Mas há jogos que, por suas características, não comportam a completa desaceleração. Não gostei da produção alvinegra em Brasília. Muito aquém do que o time poderia produzir.

Obras públicas

Deus meu, até quando teremos de suportar o não cumprimento de prazos assumidos pelas autoridades. O caso do Estádio Presidente Vargas é apenas um dentre tantos outros que poderíamos citar. E observe que não é fato isolado apenas aqui do Estado do Ceará. No Rio de Janeiro, atrasadas estão as obras de reforma do Maracanã, não obstante as advertências feitas pela Fifa. E mais: a partir da agora pressão vai aumentar mesmo. Gente sem juízo.

Recordando

Esta foto me foi enviada pelo companheiro Ercílio Moreira, da Rádio Poty, de Crateús. É o time juvenil do Monte Vídeo do Bairro da Granja Paraíso. A foto é bem antiga, mas faltou a data. A partir da esquerda (em pé): Nazareno, Julião, Airton, Zé Lino, Manoca e Edilson. Na mesma ordem (agachados): Adalberto, Cará, Ercílio Moreira, Zequinha Baleia e Jorge Café.