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Na trajetória dos 90

O admirável locutor piauiense, Dídimo de Castro, chama o tempo de jogo assim: “Na trajetória dos 90”. Pois hoje Fortaleza e Guarani/J estão na “trajetória dos 90”. Emoções que serão definidas em tão curto espaço de tempo. Aliás, na “trajetória dos 90” estamos todos nós como a buscar detalhes que possam traçar a diferença entre os contendores de um simples jogo de futebol. Simples, mas que assume contornos especiais porque manda um para a final do turno e o outro para a eliminação. Simples no tratar; complexo no executar. O Fortaleza vem no embalo de uma memorável vitória na Copa do Brasil; o Guarani vem no entusiasmo de campanha que deixou até de queixo caído o grande rival, Icasa. De um lado, Flávio Araújo; do outro, Júlio Araújo. Irmãos de sangue e de fé. Família unida pelo ideal, mas hoje dividida quanto ao objetivo.

Força da goleada

Quando a épica vitória sobre Fast terminou, em campo estavam sete jovens vindos das bases tricolores: Bismarck, Gilmak, Guto, Régis, Reginaldo Júnior, Vinícius e Leandro. Uma força jovem, com sangue, preparo físico e talento à disposição do treinador Flávio Araújo. Mas, numa decisão assim, vale também a presença de gente mais madura, experiente, como o goleiro Fabiano e o meia Luciano Henrique, ainda que este não tenha alcançado o melhor de sua forma.

Joga bonito

O Guarani/J não é obra do acaso. Pelo contrário, sua campanha é prova do elevado estádio que alcançou o time de Júlio Araújo. Basta ver que não perdeu sequer para os chamados grandes da capital. E olhe que o Guarani fora de casa a todos enfrentou: empatou com o Ceará no Castelão (1 x 1), empatou com o Fortaleza no Pici (2 x 2) e ganhou do Ferroviário (0 x 1) em Horizonte. O próprio Fortaleza passou dificuldades no Estádio Alcides Santos, onde, em vários momentos, cedeu no controle da partida ao Guarani. De Claudevan a Niel, de Marcinho a Jerson e Zé Augusto, um time redondo, bonito na forma de jogar e objetivo no modelo que adotou. Resta saber se será mais prudente hoje.

Ajuste de contas

Júnior Cearense é a própria imagem do Horizonte. Ele é o maestro do time. Nos jogos mais recentes, ele tem dado show de bola. Perfeita fusão de imagens, como costumo dizer. Caso especial: Júnior tem um ajuste de contas com o Ceará. Lá esteve e não deu certo. Alegou falta de oportunidade. Cada um com sua versão. Ajuste de contas.

Devido respeito

Jamais se ouvi qualquer referência dos jogadores do Ceará, admitindo superioridade. Pelo contrário: eles falam sempre com o devido respeito quando se referem ao Horizonte de Jefferson, Siloé, Júnior Cearense e Lúcio Maranhão. Notei muito equilíbrio nas palavras de Geraldo, meia do Ceará. Em nenhum momento aceitou o “já ganhou”. E trata o jogo de amanhã com o profissionalismo que uma partida semifinal exige.

Fotos antigas

Muita gente pergunta onde são publicadas as fotos dos times, batidas antes de cada partida. A pose é feita, mas ninguém vê a foto no dia seguinte. Verdade. O leitor Raimundo Evaldo de Brito, morador do Benfica, descobriu para que servem essas fotos: simplesmente para, anos depois, serem publicadas no “Recordando”. Entendo correta a opinião do leitor. O “Recordando” na verdade é feito pelos leitores que me enviam fotos antigas.