Providências urgentes
As recentes apresentações do Fortaleza deixaram a torcida tricolor apreensiva. O time não mostrou superioridade suficiente para chegar, sem abalos, ao sonhado pentacampeonato. Não me refiro apenas ao revés sofrido diante do Ceará, pois num clássico isso é normal.
Refiro-me às dificuldades por que o time passou nas vitórias sobre o Tiradentes (2 x 1) e Itapipoca (3 x 2) no Pici e, principalmente, a não sustentação da vantagem em Limoeiro quando colocou 2 a 0 no placar e cedeu no segundo tempo. Contra o Ceará, o tricolor também cedeu na fase final.
Isso é um dado para ser analisado com atenção. Agora, quando o certame já vai para a sétima rodada, não há mais como alegar falta de ritmo. Há jogadores que podem render mais: Luciano Henrique e Cleiton. O técnico Flávio Araújo precisa urgentemente definir a situação.
Melhor ainda
O zagueiro Cleber, do Ceará, esteve no Debate Bola (TV Diário). Ele foi muito elogiado pelos torcedores que mandaram mensagens para o programa. Cleber Antonio de Oliveira disse que produzirá muito mais ainda, na medida em que as partidas forem acontecendo. Cléber nasceu em São Carlos, São Paulo, mas diz estar apaixonado pela cidade de Fortaleza. Afirmou ser fácil jogar ao lado de Erivelton, pois já fez dupla com ele no Mirassol. Eles jogaram bem contra o Leão.
Reação imediata
O Guarany de Sobral surpreendeu a todos pela reação empreendida após alguns tropeços iniciais. A contratação do técnico Erasmo Forte deu ao clube postura incisiva, razão por que já ocupa a terceira colocação. A vitória sobre o Horizonte (1 x 3), dentro do Domingão, foi peça que não estava no roteiro de Filinto Holanda.
O Tiradentes, que na rodada anterior esbarrara na eficiência do Guarany de Sobral, descontou no Quixinha que nada tinha a ver com o pato. Aplicou a maior goleada do campeonato (5 a 1). Se Guarany e Tiradentes conseguirem manter regularidade de produção, vão incomodar muita gente grande ainda.
Jonny, lateral-esquerdo do Guarany, é um dos melhores do certame.
Hora de vestir a camisa
Luciano Henrique tem futebol. A questão está na necessidade de melhor aproveitamento no time principal. O certame passa sem que ele consiga entrar em forma. Há quem diga que Flávio erra ao não colocá-lo de início. Se entrasse, logo alcançaria o ritmo ideal. Será? Não dá mais para ficar uma eternidade no tempo de espera. É hora de vestir a camisa mesmo.
Liderança
O Ceará dá sinais de que tem força superior ao da concorrência porque pleno de alternativas, enquanto os demais têm elenco no limite. O alvinegro utilizou dois times até aqui: um, mesclado, nas primeiras rodadas; o outro, basicamente o que bateu no Fortaleza por 3 a 1. O alvinegro me parece um time mais confiante que todos. Passa a impressão de que conhece a força de seu potencial. Se for humilde, tem tudo para se impor até o fim.
Cautela
Observem que o Ceará, mesmo demonstrando elenco superior, ainda está longe da produção ideal. Há o reconhecimento por parte dos próprios jogadores. Eles admitem que a utilização do time principal apenas nos jogos recentes retardou o processo de automação e não permitiu conseguir ainda o ritmo desejado. O argumento é até certo ponto válido. Mas não pode servir de pretexto para algum tipo de acomodação. Cabe ao técnico Dimas evitar isso.
Recordando
Nas décadas 50/60, o Sport do Crato revelou excepcional jogador: Panquela. Numa época de intercâmbio inexistente, ele defendeu ABC, Santa Cruz/PE e vários clubes do Nordeste. Foi convocado para uma seleção cearense sem nunca ter jogado em Fortaleza. Hoje, 50 anos depois, Wilton Bezerra localizou Panquela que está com 70 anos e mora em Arapiraca (AL). Nas fotos, Panquela, antes e depois.