Algumas exceções
O Campeonato Brasileiro teve duas fases distintas. Criado em 1971, adotou inicialmente o modelo misto: fase classificatória e fase final. Nesta parte, nem sempre o detentor do maior número de pontos terminava campeão. Desde 2003, passou a usar o modelo de pontos corridos, que é mais justo. Ao longo de toda a história, os grandes clubes predominaram e somente em algumas exceções clubes médios conseguiram o título. Isso aconteceu apenas em 1978 (Guarani/SP), 1985 (Coritiba), 1987 (Sport/PE), 1988 (Bahia) e 2001 (Atlético/PR). Detalhe: no modelo pontos corridos nenhum time médio foi campeão. Foram vencedores Cruzeiro (2003), Santos (2004), Corinthians (2005), São Paulo (2006/07/08) e Flamengo (2009). Com maiores dotações financeiras, os grandes clubes têm levado vantagem em tudo.
Desigualdade
Na época em que o Fortaleza esteve na Série A 2006, Ribamar Bezerra, então presidente tricolor, conversou muito comigo sobre a desigualdade de tratamento por parte da CBF na "distribuição dos pães". Mostrou como era difícil competir, já pela diferença entre 20 milhões para os bem aquinhoados e 2 milhões para os primos pobres. Hoje, quem está sentindo na pele as consequências dessa desigualdade é o Ceará. A força do dinheiro pesa. Tratamento assim é inaceitável.
Critério justo
Em nome de um critério justo a CBF adotou o modelo de pontos corridos desde 2003. Tudo bem. O sistema premia mesmo o melhor. Mas continua injusto o critério que cuida da "distribuição dos pães". Na Série A, cotas deveriam ser iguais para todos times participantes. Assim nas demais. Aí haveria, sim, a possibilidade de equilíbrio. O Campeonato Brasileiro, Série A, de tão elitista, deveria até mudar de nome, pois a maioria dos estados não tem representante na competição. Estão fora Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Tem ou não tem algo errado nisso?
Resposta do ataque
Magno Alves, o melhor do Ceará no empate (2 a 2) com o Corinthians no Pacaembu, conduziu a resposta que o ataque precisava dar às críticas. De Magno o passe na medida para Marcelo Nicácio fazer 1 a 0. E ele próprio cuidou de marcar 2 a 0. Magno abre esperança de que a linha ofensiva terá melhor índice de aproveitamento a partir de agora.
Ponto importante
Pode ter causado certa frustração o empate com o Corinthians porque o Ceará esteve perto da vitória ao abrir 2 a 0. Mas foi bom. Ora, quando atuando em São Paulo, o Corinthians perdeu apenas um jogo dos 14 que lá disputou. A derrota foi para o Grêmio/RS (0 x 1). E apenas duas equipes conseguiram empatar com o Timão no Pacaembu: o Botafogo (1 a 1) e o Ceará (2 a 2). Portanto, um ponto para ser festejado, embora a vitória tenha ficado tão perto.
Atenção em casa
O Ceará jogará agora duas seguidas em casa: Inter/RS e Guarani/SP. Se o ataque funcionar como funcionou no Pacaembu, as chances de seis pontos estarão ampliadas. /// O goleiro Michel fez defesas importantes em São Paulo, duas delas de forma espetacular. Mas pela terceira vez toma gol semelhante por indecisão dele e da zaga. Mais atenção em lances assim. /// Jean poderia ter se consagrado na estreia. Mas perdeu duas chances incríveis.
Recordando
Final da década de 1970. Ferroviário Atlético Clube. A partir da esquerda (em pé): Edmundo, Lúcio Sabiá, Arimateia, Celso, Jorge Luís e Jorge Henrique. Na mesma ordem (agachados): Raulino, Jeová, Paulo César, Terto e Babá. Detalhes: desse grupo, tenho contato apenas com o zagueiro Celso, que, não faz muito, esteve no programa do Belmino, na TV Diário. (Acervo de Elcias Ferreira).