Matéria-856066

Segundo tempo

É motivo de preocupação o que vem acontecendo com o Ceará no segundo tempo dos jogos fora de casa: aceita a pressão dos adversários e termina cedendo, máxime na reta final. Não consegue acompanhar o ritmo dos concorrentes nem segurar a bola na frente. Resultado: sobrecarrega a defesa e acaba sofrendo gols. Contra o Guarani em São Paulo, o gol de Ricardo Xavier foi aos 30 minutos do segundo tempo; diante do São Paulo, o gol de Fernandão foi aos 21 e o gol de Ricardo Oliveira aos 23, ambos no segundo tempo; diante do Botafogo, o gol de Jobson foi aos 5 minutos do segundo tempo; diante do Atlético/PR o gol de Branquinho foi aos 17 e o de Chico aos 29, ambos no segundo tempo. Esses dados são importantes para mudança de postura fora de casa. Espero que isso já aconteça domingo próximo no jogo em Florianópolis contra o Avaí.

Confiança

O goleiro Michel Alves vem praticando defesas arrojadas. Diante do Cruzeiro, fez três intervenções dignas de aplauso. Na partida anterior, contra o Goiás, também tivera presença importante, não obstante ter tomado um gol de longa distância, marcado por Wellington Monteiro. Esse gol, na avaliação de muitos cronistas, pareceu defensável. Achei indefensável. O melhor de tudo é que Michel Alves há conseguido progresso em suas atuações. E ganha mais confiança a cada jogo.

Discurso

Os Homens têm de ajustar atos e discursos para não caírem em contradição. Como é que se declara paixão por um time de futebol e ao mesmo tempo o despreza? Não consigo entender essas coisas. Ontem fiz um alerta aos abastados ex-dirigentes do Fortaleza no sentido de despertá-los para um novo momento no Pici. Mas de nenhum ouvi sequer um aceno, uma possibilidade de retomada, a não ser que eles queiram na surdina, sem badalação, buscar o reerguimento do clube. O saudoso Luís Rolim Filho, velho-guerreiro, já dizia na década de 70: "O Fortaleza, unido, dificilmente perde um campeonato". Mas, pelo que tenho observado, mais difícil que ganhar campeonato é unir os dirigentes tricolores.

Memória do futebol

Amanhã, às 9h30, no CPQT, (anexo do Cefet), Rua Pe. Fco. Pinto, 114, perto do PV, o jornalista Sílvio Carlos dará depoimento ao Memofut, que cuida da memória do futebol cearense. A partir da esquerda: Saraiva Júnior, Sílvio Carlos, Cristiano Santos e o colunista, quando da marcação do evento. Sílvio completou 50 anos de profissão. Tem muita coisa para contar.

Notas & notas

Os integrantes do Memofut, Saraiva Júnior e Cristiano Santos, estão fazendo belo trabalho. Já foram gravados os depoimentos de ex-jogadores importantes como Pacoti, Facó, Mozart Gomes, Luís Vilanova e Mário Gadelha (Babá, cearense tri carioca pelo Flamengo, 1953/54/55). /// Nova Liga de Futebol de Jaguaribe foi fundada no dia 18 de agosto passado. Tem como presidente Francisco Baltanir Alves Pereira e como vice Clark Glauber.

Ânimo coral

A vitória sobre o Fortaleza animou o técnico Maurílio Silva, do Ferroviário. Foi o primeiro clássico que ele venceu neste trabalho de formação do novo grupo coral. No clássico anterior, houvera empate entre os tricolores (1 a 1). Na Copa Fares Lopes, que dá vaga para a Copa do Brasil, há um dado interessante: além dos dois melhores de cada grupo, classificam-se os dois melhores terceiros colocados no geral. Ferrão entrou de vez na briga pela vaga.

Recordando

Década de 1970. O atacante Marciano no auge de sua passagem pelo Fortaleza, onde ganhou títulos e foi sempre um dos principais artilheiro do clube. Faz mais de 30 anos que essa foto foi batida. Os dois mascotes já são hoje quarentões. Marciano, que brilhou também em grandes clubes brasileiros, é hoje bem-sucedido empresário de futebol. (Acervo de Elcias Ferreira).