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Futebol demais

Há um dito popular segundo o qual tudo demais é veneno. Sábia expressão. No futebol não poderia ser diferente. Estão exagerando na dose. Campeonato do Nordeste, Campeonato Brasileiro nas Séries A, B, C e D, Copa do Brasil e Libertadores da América. São sete competições. Ainda bem que a Copa do Brasil já terminou e a Libertadores finda hoje. Não há bolso de torcedor que suporte. Além disso, termina enjoando. Ao cronista fica difícil acompanhar tudo. Só para se ter uma ideia, nas três divisões nacionais são 880 jogadores titulares em suas equipes, sem contar os suplentes. Às vezes, de tanto ver jogo de futebol, embaralha tudo. Para não se perder no emaranhado de clubes e de atletas, o cronista tem de priorizar o que, no seu entendimento, parece ser mais importante. Impossível acompanhar tudo. É futebol demais, gente.

Começou

Não esperem milagre de Mário Sérgio: esperam, sim, trabalho. Fazer o ataque do Ceará assinalar gol é tarefa que exigirá muito. Nem na época de PC Gusmão, quando o Ceará chegou a vice-líder da Série A, o ataque alvinegro foi pródigo. Somente numa partida conseguiu marcar dois gols (vitória sobre o Avaí por 2 a 0). Com Estevam Soares, o perfil de ataque minguado também não mudou. Taí o desafio de Mário Sérgio: tornar eficiente um ataque que só tem dado dor de cabeça.

Exagero

Vejam o caso do Fortaleza. Inadmissível uma equipe jogar a cada três dias sem sentir o peso do desgaste. Para não estourar o time, os técnicos apelam para o chamado time "B" ou para formações mistas. Como natural consequência, perde prestígio a competição que recebe equipes reservas. Ganha prestígio as competições contempladas com formações principais. O torcedor, por sua vez, não é bobo. Ele sabe perfeitamente optar pelo certame de maior importância. Cuido de acompanhar os representantes cearenses. Graças à TV Diário, tenho visto o Fortaleza fora de casa. Está difícil ver os jogos do Guarany de Sobral. Uma coisa é ver jogos por opção; outra, bem diferente, é vê-los por obrigação.

Copa Fares Lopes

Em agosto de 2008, o então diretor geral de futebol da FCF, Cel. Paulo Pimentel, divulgou no calendário esportivo cearense a Copa Fares Lopes, justa homenagem ao saudoso presidente. Fares, sob as vistas de Sílvio Carlos, aí aparece entregando uma taça a Jorge Mota. Seria uma desfeita retirar da Copa o nome de Fares, ainda que para contemplar forte patrocinador.

Carência

Agosto entra na reta final e não há no futebol cearense um jogador que tenha se estabelecido como notável. Há alguns destaques. Posso citar Michel pela eficiência de marcação. Mas está faltando o craque que incendeia, que ilumina, que faz a diferença. Aliás, no futebol brasileiro apenas os meninos do Santos estão dando show e ganhando aplausos do mundo. A própria Copa da África foi pobre nesta parte. Lá, até os astros não brilharam tanto.

Notas & notas

De janeiro até hoje, dos 20 clubes componentes da Série A nacional, apenas dois estão mantendo seus treinadores: o Atlético de Minas com Vanderlei Luxemburgo e o Santos Futebol Clube com Dorival Júnior. /// Coincidência: Renato Gaúcho e Mário Sérgio foram titulares na equipe do Grêmio que ganhou o mundial de clubes em 1981. Domingo, no Castelão, como técnicos, terão um encontro diferente: Renato no mesmo Grêmio; Mário, no Ceará.

Recordando

Década de 70. Aí está o atacante Ramon com a camisa do Vasco da Gama. Antes, brilhara no Santa Cruz/PE, clube que o revelou e onde se sagrou artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1973. Ramon foi campeão carioca pelo Vasco. Jogou no Ceará (1981/82)e no Ferroviário (1984). Hoje é técnico nas bases do Santa em Recife. (Colaboração de Ernesto Antunes).