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Arte reabilitada

Existe tendência nacional de engajamento imediato nas novas situações geradas pelo futebol estrangeiro. Há algum tempo, vários treinadores resolveram importar o modelo europeu de jogar e terminaram contaminando o estilo canarinho. Assim o Brasil foi perdendo a sua identidade. O aumento do intercâmbio, no lugar de exportar a criatividade natural dos brasileiros, importou o padrão mecânico do Velho Mundo. Aqui se acentuou a descaracterização. E o esquema rígido ganhou dimensões insuportáveis. Agora, Mano Menezes prega a ressurreição do futebol-arte, com a volta da magia e da plástica. O 4-3-3 reabilitado com Robinho, Pato e Neymar na frente. Pronto. Outros treinadores já anunciaram sua adesão a Mano Menezes nesta cruzada de retorno às origens. Ótimo. Só espero que não seja modismo, mas compromisso sério, duradouro.

Diferença

O técnico Filinto Holanda, que comandará o Horizonte na Copa Fares Lopes, tem trabalho na Áustria e na Alemanha. Mas, ao contrário da maioria, não prioriza os fundamentos do futebol de lá para aplicá-los aqui. Optou pela adequação: absorve o que os europeus têm de bom, mormente na marcação, mas sem tirar dos nossos atletas a capacidade de improvisação. Aliás, é nesta parte que, segundo ele, fica estabelecida a grande diferença de qualidade a favor dos brasileiros.

Observações

Contra o Ceará, o Flamengo poderá ter Renato Abreu. Nada a ver com el loco Abreu do Uruguai. /// Ronaldo Angelim, mais experiente, cada vez melhor. Pena estar do outro lado. /// Hora de Diego, goleiro do Ceará, mostrar o equívoco do Flamengo que não o fez titular na Gávea. A melhor resposta de Diego será pegando tudo. /// No Fortaleza, repercute a postura de Zé Teodoro que aderiu à nova filosofia adotada por Mano Menezes: 4-3-3. Bola pra frente. /// Jeff Silva vem jogando bem. Mas precisa dosar melhor o ritmo para suportar os dois tempos. Na fase final, observa-se nítida retração. /// Quem tem entrado bem no Fortaleza, sempre que chamado, é Reginaldo Júnior. Já merece chance maior.

Ausência

Lamentável a ausência de Misael no ataque do Ceará diante do Flamengo. Sentiu a contusão. Ficou fora. Sua velocidade seria de extrema importância nos contra-ataques em velocidade. Certamente teria espaço de sobra, pois, no Maracanã, o Flamengo costuma subir todo. Responsabilidade maior agora para Wellington Amorim.

Oscilação

O Icasa pega hoje o São Caetano no "Anacleto Campanela". O Verdão tem tido produção oscilante: muito bem diante do Brasiliense, regular diante do Guaratinguetá e mal diante do Figueirense. Mas sua campanha é aceitável. Melhor que as de Ceará e Fortaleza há alguns anos, quando escaparam na última rodada. O Leão caiu para a C em 2008. E o Ceará, em duas ocasiões, foi salvo pelo gongo. Se o Verdão ficar na "B", terá cumprido o seu papel.

Publicidade

O patrocinador de uma competição pode até querer que seu nome denomine a disputa, mas os veículos de comunicação não estão abrigados a citá-lo. Por exemplo: jornais e emissoras de rádio e televisão, se quiserem, continuarão chamando de Copa Fares Lopes o certame gerenciado pelo FCF neste segundo semestre. Se assim não fosse, haveria publicidade indireta e grátis. Aliás, isso já vem ocorrendo com o nome de um time de futebol.

Recordando

Zagueiro Queirós, que aí aparece com a camisa do Colorado/PR, foi campeão cearense de 1973 pelo Fortaleza. Ele nasceu no dia 10 de abril de 1949. Não sei a razão por que o chamavam de Queirós, pois seu nome é Álvaro Matoso Fernandes. Jogou no Botafogo/RJ (vice-campeão carioca). Defendeu o Remo/PA, Santa Cruz/PE, Joinville/SC e América/RN. (Colaboração de Ernesto Antunes).