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No Maracanã

O novo técnico do Ceará, Mário Sérgio, conhece bem caminhos e atalhos do Maracanã, onde incontáveis vezes, quando jogador, fez desfilar seu belo futebol. Exatamente nesse santuário do futebol nacional, ele, agora como treinador alvinegro, terá desafiadora missão: ganhar do Flamengo. Para muitos, utopia; para outros, desafio difícil, mas viável. Estou nesse último grupo. O Flamengo tem todas as vantagens. No Maracanã, o "Manto" dificilmente perde. Além disso, poderá contar com Renato e Leandro Amaral. Mas o Mengão também experimentou contratempos com as saídas de Bruno, Vagner Love e Adriano. Portanto, nem tudo são flores na Gávea. Quanto ao Ceará, o primeiro passo é despir-se do complexo de não mais saber ganhar. Sem isso, enfrentará dois adversários: um concreto, o Flamengo; outro abstrato, a descrença.

Liderança em campo

Embora no Castelão o Fortaleza não tenha conseguido ganhar do Paysandu (1 x 1), a produção tricolor agradou-me, máxime pelo empenho das duas equipes. O jogo foi corrido e bom. O zagueiro Gaúcho retoma sua melhor condição. Mas cabe uma observação: noto a necessidade de uma liderança mais forte em campo. Muitas vezes não é a palavra do treinador que resolve e nem mesmo a sua gesticulação. O comando em campo, não raro, pesa mais. Gaúcho pode fazer isso.

Autoconfiança

Não ganhar virou complexo em Porangabuçu. Motivo de afobação que enerva, embota e não permite que os jogadores façam agora o que antes sem problemas faziam. Há ansiedade exagerada entre os alvinegros. A pressa complica até as coisas mais simples. E faz com que o atleta vacile em lances capitais. Caso de Oziel contra o Atlético/GO. Na hora da definição, Oziel nem chutou no gol nem cruzou. Talvez nem ele saiba o que tentou fazer. Taí prova evidente, cabal, da tensão e nervosismo do grupo. A retomada da autoconfiança somente virá com vitória. E é preciso que o Ceará vá ao Maracanã, entendendo ser possível ganhar do Flamengo. Se assim não pensar, melhor seria ficar aqui mesmo.

Tricolor 4-3-3

Tatu, firme e forte. Melhor ainda se confirmado o modelo 4-3-3, conforme variação prevista pelo alto comando técnico do Fortaleza. Esse é o modelo que mais gosto. Seu maior defensor foi o ex-técnico César Morais (o Guri). Entendo que dá mais equilíbrio aos compartimentos. Além disso, rápido pode alternar com um 4-2-4. Até a adaptação é mais simples.

Campanha

Dentro de suas limitações, o Icasa realiza campanha compatível com as condições financeiras disponíveis. Mantém-se numa posição intermediária, com alguma margem em relação à zona de rebaixamento. A goleada sobre o Brasiliense animou. Mas é preciso ampliar mais ainda a pontuação nos próximos jogos para alcançar melhor folga. Afinal, times importantes como o Sport e o Santo André estão chegando. Todo cuidado, pois.

Notas & notas

Apenas seis times permanecem invictos na Série C: Fortaleza, Paysandu, ABC, Macaé, Criciúma e Alecrim. Observem que, desses invictos, ABC e Alecrim poderão estar no caminho do Fortaleza na próxima fase, dependendo, claro, da posição de cada um nos respectivos grupos. /// O técnico Filinto Holanda, de volta da Áustria e da Alemanha, reassume seus trabalhos no Horizonte, já visando à Copa Fares Lopes. Mas volta para a Áustria após o certame.

Recordando

Esta foto foi me foi entregue por um senhor numa parada de trânsito. Nela aparecem Julinho (ex-Fortaleza), Gimário (ex-Ceará), o hoje técnico Júlio Araújo, o também hoje técnico Flávio Araújo, Dendê (ex-Calouros do Ar), Cezídio (ex-Tiradentes), Marquinho (ex-Ferroviário), Átila e Ivan (ex-Ferroviário). Detalhe: Flávio Araújo faz no momento belo trabalho no Icasa.