Angústia alvinegra
A campanha do Ceará está sendo boa. Acumulou pontos. Mas uma outra realidade está chegando: a falta de vitórias que gera angústia. Perder para o São Paulo por 2 a 1 no Morumbi é normal. Incomum é, depois da Copa do Mundo, o alvinegro ter deixado sumir o sentimento de time também ganhador. Observaram como o Ceará, que perdia por 2 a 0, reagiu quando ousou um pouco mais com Tony e Erick Flores? Reduziu o placar para 2 a 1 e até deu sinais de que poderia chegar ao empate. Por que não fez isso antes de tomar os gols de Fernandão e Ricardo Oliveira? O Ceará aceitou demais o São Paulo. Deu-se mal. Assim também aconteceu na derrota para o Internacional: somente reagiu quando em desvantagem. O Ceará precisa manter a forte marcação que tem, mas sem abdicar de uma melhor resposta ofensiva. Sem isso, terá sérios problemas.
Alternativa
A estratégia dos contra-ataques em velocidade com Misael pelas extremas já não está dando certo como antes. Motivo simples: os adversários sabem dessa arma do Ceará e cuidam de neutralizá-la, tal como vem acontecendo. No Morumbi, poucos vezes Misael teve oportunidade para pegar espaço livre. Ernandes até que apoiou mais. Mas, pelo lado direito, Oziel não foi feliz. Síntese: para o Ceará voltar a vencer, terá de ampliar o repertório no ataque. O atual exauriu-se.
Recado
"No Morumbi, acredito que poderemos ganhar por 1 a 0 de qualquer time do Mundo".
Rogério Ceni
Goleiro do São Paulo
Realidade
Após a derrota em São Paulo, ouvi declarações realistas dos jogadores do Ceará. A melhor síntese foi feita pelo atleta Careca cuja declaração resumi na frase dita por ele e inserida nesta coluna. Com as limitações que tem, o Ceará não pode pretender o título brasileiro, mas pode e deve lutar para manter-se na faixa das classificações que levam a competições internacionais. Ao técnico Estevam Soares a missão de tornar o Ceará mais agudo, sem abrir mão da forte marcação.
Esperança
O atacante Magno Alves transforma-se na esperança do Ceará para reencontrar o caminha da vitória. Mas só terá valia se o municiamento acontecer de modo eficiente, com a chegada de mais homens vindos de trás. Se isolado como Washington está ficando, Magno também não resolverá. Portanto, não se trata de ineficiência dos atacantes, mas de carências de bolas para os atacantes. Time que defende demais termina por perder de vez a vocação para o ataque. É o risco que o Ceará está correndo.
Notas & notas
O goleiro Rogério Ceni aproveitou a vitória sobre o Ceará para mandar um recado direto ao time do Internacional/RS. Resumi tudo na frase citada no alto da coluna. Rogério acrescentou que abandonará a carreira no dia em duvidar do potencial de sua equipe. /// Prioridade: Fortaleza tem compromisso amanhã pela Copa do Nordeste. Enfrenta o Bahia em Salvador. Mas o foco do Leão é mesmo a Série C. Se não subir para a Série B 2011, restará muita frustração, mesmo tendo sido tetra este ano.
Recordando
1990. Encontro de desportistas na Apcdec. A partir da esquerda (em pé): Pacoti (ídolo coral), Moacir, ? , Benício (tri pelo Ceará 1961/62/63), Facó (ídolo no Fortaleza e Ferrão), Edilson José, Cambraia e Gilvan Dias (goleiro campeão pelo Gentilândia e Ceará) Na mesma ordem (agachados): Joãozinho (campeão pelo Fortaleza) e Edmar (Campeão pelo Ferrão e Ceará). (Acervo de Jurandy Neves).
"Nosso objetivo é manter o Ceará na Série A e beliscar os benefícios de uma melhor posição".
Careca
Meia do Ceará