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Lobby dos melhores

Todos os anos há a escolha do melhor jogador do mundo. Sempre o melhor sai dos times europeus, Barcelona, Real Madrid, Inter, Milan, Manchester City, Benfica... Jamais foi escolhido um jogador de times brasileiros, argentinos, paraguaios, mexicanos, uruguaios. Esquisito, não? Agora, na Copa da África, os destaques estão com as seleções das bandas de cá. Dirão, talvez, que Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká já foram eleitos nesses concursos anuais. É verdade. Mas só o foram quando vestiam as camisas de clubes europeus. Por que não foram escolhidos quando jogaram no Vasco, Grêmio, Cruzeiro e São Paulo? Por acaso já não tinham aqui as mesmas qualidades que os conduziram ao estrelato internacional? Fica patente que por trás de tudo há um lobby de patrocinadores. Lamentável que tudo no futebol de hoje seja assim.

Objeto teleguiado

Arte pura. No empate Ceará 2 x 2 Bahia, o gol Clodoaldo, cobrando falta, mostrou que o Baixinho continua perfeito na execução. Parece tudo medido com a mão. Pergunto: na Copa da África, quantos batedores de falta você viu assinalando gols assim com tanta precisão? É uma arte rara no futebol mundial. Saudades dos bons tempos de Roberto Dinamite, Zico, Bebeto, Didi (Folha-Seca), gente que se notabilizou por cobrar tão bem que a bola parecia objeto teleguiado.

Brilho relativo

Até agora, na Copa da África do Sul, os chamados monstros sagrados que atuam no futebol europeu não estão apresentando nada de extraordinário. Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Carlito Tevez, Wayne Rooney, Mauro Camoranese, Franck Ribéry e Iniesta, dentre outros, apenas em alguns lances revelaram algo a mais, mas nunca a luminosidade que marcou para sempre craques como Puskas na Copa de 1954, Didi na Copa de 1958, Garrincha na Copa de 1962, Pelé na Copa de 1970, Johan Cruijff na Copa de 1974, Mário Kemps na Copa de 1978, Paolo Rossi na Copa de 1982, Maradona na Copa de 1986, Romário na Copa de 1994, Zidane na Copa de 1998, Rivaldo e Ronaldo Nazário na Copa 2002.

Garra e ousadia

Impressionante a ousadia de Sílvio Carlos que, embora tendo a concorrência da Copa do Mundo e o problema da greve no setor de transporte coletivo, resolveu bancar a vinda de Falcão, melhor jogador de futsal do mundo. Assim promoveu Malwee 5 x 3 Sumov no "Paulo Sarasate". Resultado: o público prestigiou e o evento foi coroado de sucesso. Garra é isso.