Fala, Galvão!
Como ficaria a narração esportiva brasileira pela televisão sem a presença marcante de Galvão Bueno? Resposta simples: fria e sem graça. A campanha "Cala boca Galvão", que se espalhou pelo mundo e ganhou a primeira página da Veja, no lugar de diminuir esse profissional, mais o engrandece. Galvão é inigualável, não tem cópia, é único. Exatamente por ser tudo isso, as atenções voltam-se para o trabalho dele e não para o de centenas de narradores que há nas redes de televisão. Sugiro o seguinte: tire das imagens dos eventos esportivos a voz envolvente desse notável narrador. Depois, cubra com a narração de um outro. Analise a diferença. Sei que as grandes conquistas do esporte são significativas pela sua própria essência. Tudo bem. Mas agigantam-se mais ainda quando ornadas pela emoção de Galvão Bueno. Ele é fantástico. Fala, Galvão!
Inveja e despeito
Quem faz sucesso no Brasil jamais deixará de ser alvo da inveja ou despeito dos que não conseguem decolar por seus próprios meios. Já criaram páginas na internet contra o Galvão. Uma delas: "Nos odiamos Galvão Bueno". Muita gente afirma que Galvão diz bobagens demais. Em algum momento, pode até ser que uma impropriedade aconteça. Mas será que os críticos segurariam uma transmissão ao vivo, de três ou quatro horas de duração, sem cometer um deslize?
Ufanismo
Há quem não tolere o ufanismo do Galvão. Na verdade, ele às vezes exagera no patriotismo. Mas faz parte do seu estilo. Se isso desagrada a uns, a outros enleva, arrebata. De todos os narradores de televisão, desde os da Copa de 1970, no México, até hoje, apenas um, além de Galvão, marcou as transmissões: Geraldo José de Almeida, que criou "Vamos meu Craque Café" para Pelé; "Canhotinha de Ouro", para Gerson; "Furacão da Copa", para Jairzinho; e Patada Atômica", para Rivelino. Geraldo foi igualmente fantástico. Depois dele, somente Galvão com frases como "Vai que é tua Taffarel" ou "Ele sabe tudo de bola". Para mim, Copa do Mundo sem Galvão Bueno é como um filme sem trilha sonora.
Mulher entende de futebol
A torcedora Inês Cabral esteve no programa da Maísa Vasconcelos, na TV Diário, falando sobre futebol. Depois, Inês e sua irmã Ione também visitaram o Diário do Nordeste. As opiniões otimistas sobre a seleção brasileira foram dadas de forma objetiva e com bom conhecimento da matéria. Elas provaram, com argumentos, que mulher entende de futebol.
Esforço
Há nítido esforço das equipes esportivas de rádio para cobrir a Copa do Nordeste. Os narradores fazem das tripas coração para motivar um certame que não conseguiu decolar porque seu apelo sumiu, eclipsado pela Copa do Mundo. Se os times cearenses fossem os líderes, talvez até o interesse pela competição tivesse aumentado. Mas, na situação atual, a Copa do Nordeste, para ter algum apelo, terá mesmo de esperar o fim da Copa do Mundo na África.
Notas & notas
As maiores goleadas em Copas do Mundo foram: Hungria 10 x 1 El Salvador (15.06.1982); Iugoslávia 9 x 0 Zaire (18.06.1974); Hungria 9 x 0 Coreia do Sul (17.06.1954); Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita (01.06.2002); Uruguai 8 x 0 Bolívia (02.07.1950); Suécia 8 x 0 Cuba (12.06.1938); Hungria 8 x 3 Alemanha (1954); Polônia 7 x 0 Haiti (1974); Turquia 7 x 0 Coreia do Sul (20.06.1954); Uruguai 7 x 0 Escócia (19.06.1954).
Recordando
Sérgio Alves continua ídolo. Foto batida quando ele esteve em Russas no dia 27 de Março de 2010, participando do lançamento do projeto "Fabrica de Craques e Consulado" feito pelo Ceará no município. Sérgio visitou a Rádio Progresso. A partir das esquerda: comunicador Wada Nunes, Sérgio e o comunicador Luciano Simões, irmão do famoso Tangerina, Velho Tanja. (Colaboração de Ricardo Torres).