Matéria-802021

Sem maravilhas

A Copa da África está longe de ser marcada pelo predominância de um belo futebol. Até agora, de encanto apenas a Alemanha de Podolski e Klose e a Argentina de Messi e Higuaín. Exceções. Pouco futebol espetáculo. Nem Carrossel Holandês, nem Dinamáquina, nem Canarinho-Show de outros tempos. Há mais o manjado feijão com arroz. A própria qualidade do tão decantado futebol europeu está posta em dúvida. Vale milhões de euros nos clubes, mas não traduz esse valor nas seleções. Quando muito, um, dois ou três jogadores se sobressaindo pelo talento individual. De certa época para cá, a Copa do Mundo inchou, levada mais pelos interesses financeiros dos megaespetáculos do que pelo nível dos participantes. Se houvesse rigor técnico, certamente algumas seleções lá não estariam. Até agora a Copa segue sem assombros.

Idosos

Técnicos, de 60 anos de idade ou mais, que comandam seleções na Copa: Carlos Alberto Parreira, 67 anos, África do Sul; Ocar Tabárez, 63 anos, do Uruguai; Lars Lagerback, 61 anos, Nigéria; Otto Renhagel, 71 anos, Grécia; Fabio Capello, 63 anos, Inglaterra; Rabah Saândane, 64 anos, Argélia; Radomir Antic, 61 anos, Sérvia; Mortem Olsen, 60 anos, Dinamarca; Marcello Lippi, 62 anos, Itália; Sven-Göran Eriksson, 63 anos, Costa do Marfim; e Ottmar Hitzfeld, 61 anos, Suíça.

Sem presunção

Seria demais dizer que o Brasil já deve ir pensando na próxima fase? Haverá presunção nisso? Quem viu o jogo Portugal 0 x 0 Costa do Marfim verificou que referidas equipes apresentaram futebol razoável, nada superior ao do Brasil, embora o time de Dunga igualmente não tenha rendido bem na vitória sobre a Coreia do Norte (2 a 1). Apesar de o Brasil ser o líder do Grupo G, é arriscado afirmar que já deve focar as oitavas-de-final. A produção da Canarinho não foi suficiente para gerar confiança. O próprio técnico Dunga, na entrevista coletiva, reconheceu que é preciso melhorar. Somente após o segundo jogo, creio, será possível avaliação segura a respeito do destino da seleção brasileira.

Angústia e esperança

O Brasil torce pela plena recuperação de Kaká. É notória a dificuldade dele em campo. Não é o Kaká lépido e fagueiro. É um Kaká assustado, mostrando ao mundo a face de um homem tenso, preocupado. Ele sabe da resposta que precisa dar aos fãs. E não está conseguindo. Angústia e esperança num olhar vago, distante. Como seria bom vê-lo em forma...

Concorrência

Pouco tenho feito referência à Copa do Nordeste. Motivo simples: disputada no mesmo período da Copa da África, claro que ficaria ofuscada pelo brilho da Copa maior, como de fato ofuscada está ficando. Creio que essa competição regional só ganhará maior destaque a partir da 11ª rodada, no dia 20 de julho, porque aí a Copa da África do Sul já estará terminada. A Copa do Nordeste será concluída apenas no dia 1º de dezembro.

Duas frentes

A Série A do Brasileirão terminará no dia 5 de dezembro. Portanto, após a Copa da África teremos competições paralelas (Copa do Nordeste e Série A). Resta saber o desgaste dos times que resolverem encarar as duas frentes. O Ceará está usando o time B no "Nordestão", fato que deixou menos prestigiada a competição regional. Todo time terá de priorizar uma disputa quando envolvido em mais de um campeonato. A Série A para o Ceará é prioridade.

Recordando

A partir da esquerda: o saudoso Pedro Basílio, um dos melhores zagueiros da história do futebol cearense, e o radialista Ricardo Torres, que trabalha em Russas. Basílio esteve em Russas, treinando a equipe local no Campeonato Cearense de 1997. Foi uma discreta passagem. Esta foto foi batida no dia 22 de outubro de 2005, no Estádio Olímpico Governador Cesar Cals de Oliveira, em Russas/CE.