Revisão de conceitos
Após o empate do Ceará com o Santos, vi alguns programas de televisão apresentados no Rio e São Paulo. No Sportv, colocações interessantes. Uma delas recomendou imediata revisão de conceitos por parte de cronistas que tinham incluído o Ceará no rol dos possíveis rebaixados. E mais: admitiram que há time, entre os chamados grandes, jogando futebol de segunda. Nesta parte, houve a inclusão de Vasco e Palmeiras que quebraram a bola no empate entre ambos. Matéria também comentada foi a declaração de PC Gusmão sobre a presença na Série A, este ano, de todas as grandes equipes do Brasil. O narrador Milton Leite questionou, entendendo que torcedores de alguns clubes como Náutico, Coritiba e Ponte Preta, certamente ficarão incomodados com a declaração de PC. Pelo visto, haverá mesmo uma geral revisão de conceitos.
Oportunidade
Júnior Cearense, que substituiu Michel na reta final do jogo em Santos, não teve tempo sequer de entrar no ritmo da partida. Tudo bem. Mas vale uma observação: Júnior, se quiser acertar mesmo, terá de juntar o espírito clássico que tem ao espírito guerreiro, pregado por PC Gusmão. Há no Ceará forte sentimento de participação coletiva. Júnior terá de enquadrar-se nesse princípio. Que ele observe, por exemplo, o vigor com que todos os alvinegros se entregam à disputa. É por aí.
Avaliação
É muito cedo ainda para qualquer afirmação sobre quem permanecerá ou não na elite nacional. É vero que time com a excelente qualidade técnica do Santos trabalha no patamar de cima, ou seja, pensando no título. Quando se fala em rebaixamento, a visão recai logo nos times de menor porte. É natural. Os grandes quando caem, como há algum tempo caíram Palmeiras, Corinthians, Botafogo, Fluminense, Vasco da Gama, Atlético de Minas, dentre outros, fazem parte de uma exceção. E logo retornam à Série A no ano seguinte. Por isso, quando os cronistas do Sul/Sudeste fazem suas previsões, focam de imediato Atlético/GO, Vitória/BA, Ceará, considerados os mais vulneráveis.
Expressão de alegria
Fabiano, que aí aparece na festa da conquista do tetra, deu sequência na carreata de domingo à sua permanente manifestação de alegria. Aliás, ele e Paulo Isidoro encarnaram na carreata o papel de heróis. Isidoro, do primeiro jogo, pelo gol que fez; Fabiano, o da decisão, pelos pênaltis que pegou. Ídolos que poderão ser chamarizes para novos sócios-torcedores.
Enorme prejuízo
O ceará tem mesmo de se resguardar contra futuros erros de arbitragens. No início do certame, passa sem a devida percepção o prejuízo causado por árbitros ruins. Mas depois, na contagem final, muitas vezes a permanência na elite fica a depender exatamente dos pontinhos tomados. O Ceará teria faturado três pontos, dentro de Santos, diante do time mais badalado do país. Ganhou apenas um ponto. Tem de protestar, lógico.
Notas & notas
Por mais paradoxal que pareça, o Icasa, embora esteja na zona de rebaixamento da Série B, vem apresentando bom futebol. Aposto na reação do time do Cariri, já agora com direito de jogar no seu ninho (Romeirão). /// No time do Treze, que se sagrou campeão paraibano domingo passado, o êxito do atacante Vavá (ex-Ceará). Não sei a razão por que Vavá no se firmou de vez aqui. O técnico cearense, Marcelo Vilar, foi o comandante do título lá.
Recordando
Início da década de 80. Comissão técnica do Fortaleza quando de um jogo no Castelão. A partir da esquerda: Cícero, Moésio Gomes e o médico do clube. Detalhes: Cícero também foi goleiro dos bons. Ganhou títulos pelo Fortaleza. Moésio Gomes foi ídolo como jogador e como técnico. Brilhou na Seleção Cearense de 1954, campeã do Norte. (Colaboração de Jurandy Neves).