Grande diferença
O Ceará tem time para eliminar o Crato. No dia 28 de abril, o alvinegro massacrou o Azulão da Princesa ao aplicar 4 a 0 dentro do "Mirandão". Analisando assim, ninguém acredita que o Ceará seja eliminado pelo Crato na semifinal. Mas, pelas próprias surpresas do futebol, convém tomar algumas precauções. A primeira delas, evitar a soberba que tem levado à lona muitos favoritos. Agora mesmo, na última rodada, ninguém acreditava no Crato. As vagas seriam, pela ordem, ocupadas ou pelo Fortaleza ou pelo Ferroviário. Mais uma vez a lógica furou. Mais uma vez, teoria diferente da prática: o Azulão entrou e os favoritos ficaram pelo caminho. O Ceará poupou seus jogadores mais importantes no jogo passado em Sobral. Todos retornarão no domingo. O Ceará é melhor em tudo, mas nada de "já ganhou".
Trabalho sério
O trabalho do técnico Orlando Caulin chamou atenção desde o primeiro turno, quando durante boa parte das disputas colocou o Crato no G-4. Foi ele quem montou a equipe cratense. Aliás, podemos até dizer que montou duas vezes. Houve jogo em que sequer pôde completar o banco de suplentes. Experimentou situações constrangedoras, mas de forma obstinada encarou todas as adversidades. Deu a volta por cima. Está aí com seu time na semifinal. Méritos para ele.
Dinheiro difícil
Em menos de uma semana, o presidente Renan Vieira, do Fortaleza, viu sumir várias chances de grandes rendas, que dariam receita extra para o tricolor. Primeiro quando o Leão foi eliminado pelo Guarani/SP na Copa do Brasil, pois na sequência pegaria o Santos; segundo, quando deixou de ganhar a cota da CBF relativa à fase seguinte da Copa do Brasil; terceiro, quando eliminado pelo Itapipoca no Alcides Santos, perdeu a oportunidade de fazer um clássico com o Ceará na semifinal do returno. Para quem está com sérios problemas de "cofre", tem sido cruel ver a cada jogo a impossibilidade de faturar alto em vista de eliminações. Nesta parte, Renan não tem tido sorte. E a dívida vai crescendo cada vez mais.
Memória do futebol
A partir da esquerda: José Renato Sátiro (do Memofut de São Paulo), o colunista e Cristiano Santos (do Memofut do Ceará). Renato é sobrinho do ídolo Fernando Sátiro que brilhou no Gentilândia, Fortaleza e São Paulo nas décadas 50/60. Ele e Cristiano cuidam de preservar a memória do futebol. O Memofute continua gravando depoimento dos grandes ídolos.
Exemplo
Crise e crises. Mesmo assim, o Crato está na semifinal. Primeiro, o Crato perdeu seus três melhores jogadores: Djalma, Careca e Pedro Neto, contratados pelo Tiradentes. Depois, a novela da diretoria, envolvendo o presidente Kiki Feitosa e as questões dos atrasos salariais. Por último, a insatisfação do próprio técnico Caulin, magoado com todas essas coisas. De repente, o Azulão supera tudo e deixa para trás Fortaleza e Ferroviário. Que belo exemplo!
Morre um ídolo
O cearense Babá, notável ponta-esquerda que se destacou nas décadas 50/60, morreu ontem aos 76 anos de idade. Ele foi tri carioca pelo Flamengo em 1955. Em 1961, jogou também na Seleção Brasileira na vitória sobre o Paraguai por 3 a 2. Saiu do Flamengo em 1962. Foi para o México. Em 1967, voltou ao futebol cearense. Em 1968, jogou com Mozart Gomes no ataque do Ceará. Aposentado, há anos morava em Caucaia. (Dados de Airton Fontenele).
Recordando
1991. Fortaleza, campeão cearense. A partir da esquerda (em pé): Expedito, Jorge Pinheiro, Argeu dos Santos, Canhoto, Eduardo e Eliézer. Na mesma ordem (agachados): Tangerina, João Cláudio, Mirandinha, Carlos Alberto e Josimar. Detalhes: Mirandinha também ganhou título estadual como técnico do Leão. Josimar brilhou na Seleção Brasileira na Copa de 1986 no México. (Acervo de Jurandy Neves).