Competitivo e ganhador
O Ceará de hoje, em relação ao que perdeu para o Corinthians/PR, é um outro mais ajustado, competitivo, ganhador. No primeiro jogo em Curitiba, o Ceará jogou melhor no primeiro tempo, saiu na frente no placar, mas não produziu bem na fase final e acabou tomando a virada. Não vi nada demais no time paranaense. Se o Ceará repetir o padrão das recentes atuações, alcançará o objetivo de seguir em frente. Pelo regulamento da Copa do Brasil, basta vitória por placar mínimo. É visível a evolução alvinegra após a chegada de Geraldo e Erick Flores. O time ganhou em inteligência e velocidade. Voltou a ser recitado de cor: Diego, Arlindo Maracanã, Fabrício, Anderson e Ernandes; Michel, João Marcos, Heleno e Geraldo; Erick e Preto. E de cor também as alternativas: Luizinho, Jorge Henrique, Dinei, Misael... Tem tudo para avançar na Copa.
Ausência
Um dos melhores senão o melhor jogador do Fortaleza no momento é Peter, que estará ausente no jogo de hoje em Campinas. Ausência que será muito sentida, pois sem Peter o Leão perde muito de sua força e velocidade pela ala direita, onde ele experimenta ótima fase. A propósito de Fortaleza, além da ausência de Peter, outra igualmente será muito sentida: a de Paulo Isidoro. Explico: em jogos decisivos como o de hoje, a atuação de atletas experientes é fundamental.
O gol fora
Gosto do modelo da Copa do Brasil, máxime pelo valor duplo atribuído ao gol marcado na casa do adversário quando ao final dos dois jogos houver empate na contagem dos pontos. Vejam bem: o gol feito pelo Ceará em Curitiba pode lhe valer a vaga em caso de vitória simples (1 a 0) aqui. O Fortaleza, porque não tomou nenhum gol do Guarani/SP no primeiro jogo no Pici, também ficará com a vaga mesmo que perca por 1 a 0 em Capinas. Esse modelo estimula o time a jogar para frente, buscando o gol, mormente quando atua no campo do adversário. No regulamento da Copa do Brasil a retranca é faca de dois gumes. Nesse caso, retranca só funciona quando a vantagem é ampla, ou seja, a partir de três gols.
Longe das pressões
Luiz Müller tem sido uma espécie de "balança mas não cai". Esta viagem a Campinas o tirou do foco das pressões. Já imaginaram se a partida de hoje fosse no Estádio Alcides Santos? Há quem diga que, se o Fortaleza for eliminado da Copa do Brasil, Müller cairá com ele. Não creio que será assim. Precipitação não resolve nada. Calma, gente.
Notas & notas
Homenagem de Sérgio Sobreira ao falecido Armando Nogueira: "Meu coração não está na defensiva, muito menos no ataque. Está tal qual meio-campo: Armando, Armando e Armando". /// De Airton Fontenele, pesquisador: "Sofri abalo com a morte de Armando Nogueira. É desnecessário enumerar tantas qualidades desse imortal filho de Xapuri. Eu o conheci em 2003, quando redigiu generosas palavras registradas num livro de minha autoria".
Dificuldades
Não está fácil dirigir time no futebol cearense. Não faz muito, Renan Vieira teve de anunciar possível renúncia, haja vista tanta dificuldade que enfrentava por falta de apoio financeiro. Só não renunciou porque atendido a tempo. /// No Ferroviário, o Diário do Nordeste de ontem mostrou as dificuldades enfrentadas no clube, fato que gerou situação de incertezas no setor diretivo coral. /// O time do Crato também vive situação semelhante.
Recordando
Gentilândia em 1963. A partir da esquerda (em pé): Salim (diretor de futebol), Edmilson, Zé Maria, Ermúzio, Vieira, Marcelo Rocha, Kim e Dutra (treinador). Na mesma ordem (agachados): Liberato, Marquinhos, Raimundinho, Macalé e Haroldo. Detalhe: Haroldo Guimarães, o ponta-esquerda, hoje é advogado. Haroldo é o último remanescente do time campeão de 1956. (Acervo de Jurandy Neves).