Enfim a liderança alvinegra
O ceará mereceu ganhar o clássico, principalmente pela forma inteligente com que atuou no segundo tempo. Na fase inicial, jogo frio e feio. Somente uma chance para cada lado. Times amarrados na forte marcação. No segundo tempo, a definição. O gol do Ceará, Anderson, logo aos dois minutos, tirou do Fortaleza a vantagem que teria na fase final ante a expulsão de Preto, acontecida no primeiro tempo. O Ceará apostou nos contra-ataques. Aí Misael foi o destaque. Criou situações de gol e embaraços para os tricolores. Dele o lance que deu origem ao gol de Geraldo (2 a 0). O Fortaleza esboçou reação com Paulo Isidoro (2 a 1). Mas quedou quando Misael outra vez complicou a defesa tricolor. Ele sofreu pênalti que Geraldo transformou em 3 a 1. O Leão fraquejou embora com um homem a mais até 43 minutos do segundo tempo.
Momento errado
Não entendi o momento da substituição de Peter, o melhor do Leão. Acabara de criar três chances. Aos 10 minutos, mandou bola perigosa que passou rente e bateu no cano que sustenta a rede. Aos 11, cruzou a bola que Tatu mandou na trave. Aos 14, de falta, obrigou Diego a fazer bela defesa. Aos 17, foi substituído. Pode ser explicada a substituição de um ala por um atacante, quando se tem um jogador a mais, mas não no momento em que esse ala criava todas as condições.
Observações
O primeiro tempo ruim. A primeira chance do Ceará somente aconteceu aos 19 minutos, quando Preto desperdiçou. A primeira chance do Fortaleza apenas aos 26 minutos, através Betinho. /// Considero Misael o melhor do jogo. Com dribles e velocidade manteve sempre em pânico a marcação tricolor. Teve participação direta em dois dos três gols, inclusive sofrendo o pênalti cometido pelo goleiro Fabiano. E, com isso, neutralizou a ausência de Preto, que fora expulso de campo. Perfeita a opção de PC. /// Betinho não foi tão brilhante quanto em outras jornadas. Mas seu passe para o gol de Paulo Isidoro foi perfeito. /// A prematura saída de Coquinho (contundido) fragilizou a marcação tricolor.
A calma que define
Ídolo faz a diferença. Geraldo mostrou aos companheiros como definir um clássico. O Fortaleza subira todo. A pressão tricolor era total. Nos contra-ataques Misael complicava a defesa tricolor, mas, na hora da conclusão, nada. Aí Geraldo mostrou como, com calma e convicção, define-se o rumo de um clássico. Calma que também teve na cobrança do pênalti.
Notas e notas
O Guarany de Sobral voltou a atuar bem. Vi parte do jogo. O novo acerto do Bugre o fez outra vez vencedor. Méritos para Wanderley (2) e Jonny que marcaram os gols. Engoliu o Crato. /// Paulo César Norões me lembra: a última vez que o Ceará ganhou do Fortaleza por mais de um gol de diferença aconteceu em 1999. Há mais de 10 anos, pois. /// Horizonte dá o recado. Ganhou bem do Boa Viagem e mantém-se no G-4. O destaque foi Gerson.
Ânimo coral
A vitória sobre o Maranguape (2 a 0) devolveu ao Ferrão a esperança de retomada. Está a um ponto do G-4. Restou provado que Fernando Genro e Alberto ganharam de vez a confiança da torcida. O problema coral tem sido as oscilações. Nesta fase, a marcha ascensional não pode ser interrompida, sob pena de comprometer o objetivo. O técnico Armando Desessards disse que o time enfrenta problemas internos. Mas não os declinou. Isso gera inquietação.
Recordando
Atacante Mirandinha, quando campeão pelo Fortaleza em 1991. Em 2009, na função de treinador, Mirandinha deu o tricampeonato ao Leão. Depois, apesar da importante conquista, motivos diversos determinaram seu afastamento do cargo. Mirandinha jogou em grandes clubes como Botafogo e Palmeiras. Também jogou na Seleção Brasileira. (Colaboração de Ricardo Amorim).