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Ascensão alvinegra

Ganhar um clássico é elemento motivador por excelência. O Ceará ganhou. E já está no G-4.Com a volta de Geraldo e a boa estreia de Erick Flores, há novo tempo em Porangabuçu. O Ceará teve sempre a iniciativa do jogo e exercitou o controle da situação. Mas os erros de conclusão persistiam. O Ferroviário aceitou o que o adversário ditava. Tentou impedir as ações de Geraldo, colando nele Alysson. Mas os corais foram tímidos nas incursões aos ataque. Pouco foi para frente, dificultando o trabalho de Felipe Klein e de Rafael, que nem chances tiveram. A vitória alvinegra começou a se concretizar com a entrada de Erick Flores e Misael aos 14 do segundo tempo. O time cresceu e abriu a vantagem. Misael criou situações. Erick fez 1 a 0. Dinei, que entrou depois, marcou 2 a 0. Vitória justa do Ceará. O Ferrão está pecando pela falta de ousadia.

Retorno

Mesmo sofrendo marcação forte, Geraldo cumpriu bem seu papel neste retorno ao Ceará. Para se ter uma ideia da importância dele no esquema, basta imaginar o alvinegro sem o cérebro que abre caminhos, aponta soluções, mexe-se, preocupa o adversário e facilita a vida dos companheiros. Não resta dúvida de que agora são bem plausíveis as possibilidades de o time retomar a qualidade que tinha na Série B 2009. Pelo menos assim entendo os sinais ontem demonstrados.

Chegando outra vez

O Fortaleza poderia ter estabelecido um placar até maior no primeiro tempo em Maranguape. Eusébio fez 1 a 0 e Bismarck mandou bola na trave de Tarciano. O time serrano pouco incomodou. O melhor momento do anfitrião foi desperdiçado por César. O Leão soube contornar a ausência de jogadores importantes como Guto, Alex Gaibu e Paulo Isidoro. Ficou no placar minguado, que não dá tranquilidade a ninguém, mas ganhou. E subiu para o terceiro lugar. Bobagem fizeram Gilmak e Rafamar. Expulsão inadmissível. Só entendo expulsão quando em falta cometida em última instância. Aí, sim, é justificável. Fora disso, não tem cabimento. O clube sofre prejuízo na hora e no jogo seguinte. Absurdo.

O gol dos 100 jogos

Homenagens a Eusébio. Ele merece. Revelado nas bases tricolores, sempre foi exemplo de raça, dedicação, empenho. Quer na ala, quer na meia, dá o seu recado. E o faz com luta, brio. Ele também brilhou no Horizonte, quando lá esteve emprestado. Seu belo gol, o da vitória de ontem em Maranguape, coroou o centésimo jogo que ele fez com a camisa do Leão.

Descuidos

Empatar fora de casa, tal como foi o 2 x 2 do Guarany de Sobral diante do Boa Viagem no sábado, não deixa de ser bom resultado. O problema é que mais uma vez o sistema defensivo do Bugre cometeu grave descuido. E cedeu justo quando tinha a vitória na mão. Foi assim também diante do Fortaleza na decisão do turno. Essas desatenções podem ter um elevado preço se não forem corrigidas a tempo. E agora sem desculpa.

Detalhes da rodada

Com justiça, Crato chega à vice-liderança. A vitória tirou o Horizonte do G-4 e freou o ímpeto do time de Felinto Holanda. /// O melhor jogador do clássico foi Pereira, zagueiro do Ferroviário. Levou a melhor em quase todas. /// Não poderia ter havido melhor estreia para Erick Flores: fez o gol da vitória e deu mais vida à meia-cancha. /// Delicada a situação do Itapipoca, que foi derrotado pelo Quixadá. Normal a vitória do Limoeiro sobre Guarani (J).

Recordando

1965. Seleção de Itapipoca, com jogadores que depois brilharam na 1ª Divisão: Joãozinho no Fortaleza e Neném no Quixadá. A partir da esquerda (em pé): Zé Danúbio, Oduvaldo Facó, Valdir, Airton Barroso, Zé Espeto, Terto, Neném e Zé Hélio. Agachados (na mesma ordem): Nonato Carcará, Olinto Facó, Zé Raimundo, Joãozinho, Jangico, Luiz Cobra e Eliab Frota. (Colaboração de Genésio Frota).