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Mérito coral

A vitória do Ferroviário foi justa, máxime pelo que fez no primeiro tempo. Ganhou a meia-cancha com Déde, Cairo e Dionatan, fez 1 a 0 logo aos dez minutos (gol de Rafael) e levou a vantagem para o segundo tempo. No Ceará, injustificada instabilidade emocional. O time não está bem na definição de suas linhas, mas não vejo motivo para desespero. Arrumar uma equipe, depois que desonera, é mais difícil do que montá-lo. E talvez aí esteja exatamente a maior dificuldade do técnico Renê Simões. Na fase final, o Ceará tomou a iniciativa. Melhorou com a entrada de Rômulo e Reinaldo. De forma incrível desperdiçou com Jorge Henrique a chance do empate. Ferrão armou o bote em saídas rápidas ao ataque. Numa delas Heleno viu-se obrigado a fazer falta para evitar o segundo gol coral e foi expulso. A partir daí, ficou mais fácil ao Ferrão garantir a vítória.

Lance capital

Importante tem sido a participação de Tatu nas vitórias do Fortaleza. Contra o Quixadá fez um golaço. E ontem, nos últimos minutos, no lance capital, sofreu o pênati que Betinho transformou na vitória do Leão. /// A deficiência da defesa do Fortaleza no jogo aéreo continua. Taí desafio para o treinador. /// O Maranguape jogou bem e o resultado mais justo teria sido um empate. /// Tal como no ano passado, o Fortaleza está sabendo tirar o melhor proveito de jogar em casa. É por aí.

Observações

O atacante Rafael, que fez o belo gol da vitória coral no clássico, mostrou ótima movimentação. Ele finaliza bem e entra no rol dos que se destacaram. /// Leozinjo entrou no lugar de Misael, que estava mal. Mas Leozinho teve apenas discreta atuação. /// No Ferroviário, destaque para Dedé que é melhor mesmo na posição de volante. Consciente no combate e no apoio. ///Lamentável a contusão de Deivid, lateral-direito coral, justo no momento em que apresentava bom futebol, principalmente no apoio. /// Desta vez, nada de colocar a culpa no goleiro André Sangalli. Mérito de Rafael que fez o gol coral. Sangalli fez outras defesas importantes. Uma delas, milagrosa. Sangalli jogou bem.

Sorriso de treinador

O técnico coral, André Desessards, tem todos os motivos para estar sorrindo. Ganhou o primeiro clássico, colocou o time na terceira posição e sua equipe revelou franco progresso no conjunto e na produção. Por outro lado, outros técnicos começam a sentir pressão mais forte: Filinto Holanda foi demitido do Guarany de Sobral. E Renê Simões vê crescer a cobrança.

Maldade

Nada de tirar o mérito da vitória do Horizonte, agora vice-líder, sobre o Crato. Vitória justa por 3 a 0. Mas é preciso que fique bem claro: a maratona imposta ao Crato, com jogo dia sim, dia não, foi cruel, perversa. Não há time no mundo que suporte maratona de jogos assim. Já contra o Boa Viagem, o Crato deu sinais de que arriara a bateria no segundo tempo, apesar da vitória aparentemente fácil. Em Horizonte, a bateria arriou mesmo.

Notas & notas

Cinquentão hoje o coronel Pimentel, que prestou larga folha de serviços ao Tiradentes e à FCF. Atualmente, Pimentel é o coordenador militar do gabinete da vice-Governadoria do Estado. Será alvo de justas homenagens. Parabéns. /// De José Jussiê de Souza (jussa_ce@hotmail.com): "Sugiro a ampliação do Domingão em Horizonte com lance para mais 5.000 lugares. Aí comportaria o clássicoCEA/FOR, evitando despesas maiores".

Recordando

Década de 60. Os irmãos Ninoso (E), zagueiro do América, e Charuto, meia do Ceará. Filhos de Vicente Faúna, saudoso zelador do PV. Faúna teve mais dois filhos jogadores profissionais: Pedro e Novíssimo. Ninoso foi campeão cearense de 1966 pelo América. Charuto ganhou títulos pelo Ceará e Fortaleza, sendo vice da Taça Brasil de 1960 pelo Leão. (Acervo de Elcias Ferreira).