Resposta ao Luverdense
O ponto que o Fortaleza ganhou em Marabá deu ao tricolor 70% de aproveitamento na competição. A campanha o credencia cada vez mais a ter vaga na Série B 3013. Dirão, talvez, que é muito cedo para tal vaticínio. Pode até ser, mas, pelo andar da carruagem, dificilmente o Leão cederá a outro time a chance de disputar as quartas-de-final. O jogo em Marabá, apesar de o Leão não ter vencido, confirmou a boa produção do time. Teve chances de ganhar, máxime com Jailson. Mas não era dia. O Águia segue resistindo ao Leão. Passou. Agora é a vez de ajustar as contas com o Luverdense.
O troco. Vica não era o técnico do Fortaleza, quando da derrota para o Luverdense, único time que conseguiu ganhar do Leão. Mas foi com Vica que o Fortaleza cresceu e não perdeu mais para ninguém. Vica está com o time não mão e com o Luverdense na mira.
Caminho
A receita do Fortaleza é a mais simples possível: ganhar em casa e faturar alguns pontinhos fora. Está dano certo: só no Pará ganhou quatro pontos: três diante do Paysandu em Belém e um diante do Águia em Marabá. Não há do que reclamar. Tudo favorável.
Substituição
Quando os ventos sopram a favor, as coisas vão se encaixando sem pressão, sem medo. Na hora em que Cleber teve de ficar fora, o zagueiro Fabrício já estava no ponto. E o substituiu muito bem. Ray voltou ao ataque. Mais opções.
"Não é hora de sacrificar o goleiro Adilson. Nós temos muito respeito por esse atleta. No Ceará, ele tem mais crédito que débito".
Evandro Leitão
Presidente do Ceará, num especial momento de respeito ao jogador
Decisão
Meu caro amigo, Adilson. Você chorou após sofrer o gol fácil que tomou. Imagem comovente, de dor, de decepção, de amargura. A torcida certamente ficou magoada com o seu vacilo. É normal. Mas jamais o tirará do pedestal de ídolo que você é. Quanto a seguir, cabe somente a você, numa autocrítica, tomar a decisão. É um assunto íntimo, só seu.
Ídolos
A história há provado que a torcida do Ceará é fiel aos seus ídolos. Na década de 70, ovacionou Gildo quando este, no Calouros, fez um gol no Ceará. Há alguns anos, Sérgio Alves, jogando pelo Bahia, foi aplaudido aqui pela torcida alvinegra. Agora Michel, no Vitória, foi aplaudido pelos alvinegros no PV. Como essa torcida iria execrar o ídolo Adilson?
A história
Adilson tem trajetória respeitável no Ceará. Títulos, glórias, defesas monumentais. Por isso virou Paredão. Lamentavelmente, porém, a vida de goleiro anda de braços dados com a agonia. Se cometer falha fatal, corre o risco de a torcida levá-lo à execução sumária. Mas desta vez notei algo diferente: no lugar da revolta do torcedor, a piedade, a compaixão.
Recordando. O trato refinado com a bola marcou alguns jogadores do futebol cearense. Na década de1950, Aldo, um meia fabuloso pela leitura do jogo, escreveu sua trajetória com destaque no Ferroviário e na Seleção Cearense. Ele tinha estatura média. Jogava muito bonito. Faleceu há alguns anos. Já na década de 1960, Adonias, outro meia de estatura média, também encantou o público cearense. Ele veio de Aracati, onde mora desde que encerrou sua carreira profissional. Adonias destacou-se primeiramente no Calouros do Ar. Depois, exatamente por isso, foi contratado pelo Ceará, onde correspondeu às expectativas. Adonias, a exemplo de Aldo, teve igualmente participação importante na Seleção Cearense. Lamento as novas gerações não terem tido a oportunidade de Aldo e Adonias em ação.