Caminhos da extinção
Fiz pesquisa sobre times extintos que já disputaram a primeira divisão cearense. A lista é grande: Maguari, Orion, Estrela do Mar, Tramways, Peñarol, Bangu, Botafogo, Fluminense, Guarany (aqui de Fortaleza), Usina, Nacional, Gentilândia e Messejana. Verdade que alguns da época do puro amadorismo (década de 1920), mas o fracasso gerencial é um só, tanto faz no futebol amador quanto no profissional, sendo este mais grave, claro. Os caminhos da extinção passam pela desorganização em campo e fora de campo. Muitos clubes de hoje estão nessa mesma trilha.
O criador
Mais uma vez Valdemar Caracas, fundador do Ferroviário. Em respeito aos 104 anos de vida desse guerreiro coral, os atuais dirigentes do Ferrão deveriam tomá-lo como exemplo. A divisão interna foi o principal motivo que levou o Ferrão ao nocaute.
Títulos
Alguns times da lista dos extintos já foram campeões cearenses: Maguari, Orion, Tramways e Gentilândia. Outros foram vice: o Guarany de Fortaleza em 1920/21/26, o Fluminense (1927), Estrela do Mar (1939) e Usina (1956/1957/1961/1962).
Pendurados
Posso ter esquecido algumas equipes que também foram extintas, mas creio que os exemplos citados já servem de alerta aos que estão pendurados, “morrendo e resistindo, resistindo e morrendo”. Se não se cuidarem...
‘‘Há o futebol praticado em campo e o controle burocrático. Infelizmente, Crateús vacilou nessa última parte”.
Vanderlei Pedrosa
Presidente do Ferroviário
Moribundos
Há clubes que foram campeões cearense e que estão nos estertores: Calouros do Ar (campeão em 1955) e América (campeão em 1935 e 1966 e vice-campeão em 1934 e 1954). Hoje essas duas equipes padecem em divisões inferiores.
Tentativas
O Maguari, pelo nome forte e sugestivo, chame e glória do passado, foi alvo de várias tentativas de ressuscitação. A primeira, efêmera, na década de 1970. Não deu certo. A segunda tentativa está em curso, seguindo as divisões menores.
Cuidado
O Ferroviário há muito vem sendo vítima de administrações confusas, que estão levando a equipe ao risco de extinção. Cada novo presidente alega que recebeu herança maldita e, no lugar de tentar corrigir problemas anteriores, só amplia as complicações.
Salvação
É hora de salvar o Ferroviário. Agora ou nunca. O time em campo não conseguiu sequer pontos para se manter na elite. Os avisos de fracasso estão mais fortes a cada ano. Chega de discurso. Só palavras não tirarão o Ferroviário da rota da extinção.
Recordando
1967. Uma das boas formações do Ferroviário. A partir da esquerda (em pé): Veto, Miltão, Gomes, Vadinho, Barbosa e Coca-Cola. Na mesma ordem (agachados): Paraíba, João Carlos, Facó, Edmar e Ademir. (Colaboração de Elcias Ferreira).