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Em nome da paz

Dá para fazer sem problemas o clássico Ceará x Fortaleza? Dá, sim. Mas isso requer uma campanha massificada em nome da paz. Uma campanha conjunta dos clubes, dos dirigentes, dos jogadores, dos órgãos de atuação paralela, das torcidas organizadas, da imprensa, da Polícia Militar, do Ministério Público, enfim, de todos os que, de uma forma ou outra, tenham participação no processo. Dirão, talvez, que seja utopia. Não é. No lugar da pregação negativa, correto é o chamamento coletivo a uma conduta esportiva, respeitosa. Pode até não resolver de vez, mas será o início de um novo tempo.

Mensagem

O presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, até pelo seu exercício como parlamentar, conhece muito bem o que seja lidar com o público. Por isso mesmo, ele pode, já pela palavra fácil que tem, ser um dos líderes do movimento em favor da confraternização das torcidas. Tenho observado que o discurso de Osmar Baquit sempre alcança larga ressonância no seio da nação tricolor. Aproveitando exatamente essa repercussão, Baquit tem tudo para robustecer a pregação pela paz, até porque não é outro o desejo de todos os homens de bem que se engajam no esporte. E Baquit é um homem de bem. Seu papel será fundamental nessa proposta.

Positivo

Osmar Baquit e Evandro Leitão, na qualidade de presidentes dos dois mais importantes clubes do estado, poderiam juntos em programas de rádio e televisão participar de campanha pela paz.

A mensagem conjunta desses dois mandatários encontraria certamente ampla receptividade junto ao público. E há tempo para isso.

Campanha

O companheiro Girlano Gadelha sugere também a participação de Geraldo e Mota nos programas de rádio e televisão, conclamando as torcidas a uma participação pacífica. Eles têm carisma. Se surgirem juntos, contribuirão para mostrar que o futebol não é guerra, nem caos, nem desgraça, mas um meio de divertimento para a família.

Calma, amigos!

Eu sei que há os que gostam de ver o circo pegar fogo. Há os incendiários que adoram jogar presidente contra presidente. Há, nos próprios aparelhos de segurança, os que passam mensagem de incerteza. Fica difícil. Quem dessa forma age está prestando um desserviço ao futebol.

Maioria

Quem é maior, o público que se compota bem nos estádios e fora dele ou o grupo de baderneiros? Pelo que sei, o grupo da anarquia é muito menor, composto de gangues. A grande maioria é pacífica, ordeira, pacata. Merece prevalecer e ser protegida. Se assim não for, será a vitória das gangues.

"Num clássico assim, é importante que todos se respeitem. Há a questão da segurança, tudo bem, mas é mais bonito com as duas torcidas"
Nedo Xavier
Técnico do Fortaleza

Recordando. Há quatro anos, em 2008, o presidente do Ceará, Evando Leitão, e o então presidente do Fortaleza, Lúcio Bonfim, fizeram uma cruzada pela paz dentro e fora dos estádios. Aí os dois quando da oportuna manifestação em defesa do respeito recíproco. O fato resultou num comportamento sem brigas ou desentendimento entre os torcedores. Evandro e Bonfim, aplaudidos pelas torcidas, deram uma volta no gramado do Castelão. Que bom se o próprio Evandro e Osmar Baquit fizerem o mesmo agora.