Processo de adaptação
Passou o primeiro domingo sem a emoção do futebol de primeira. Um dia de meditação. Pouco a pouco a realidade faz esmaecer a imagem de fracasso que restou da última rodada da Série A. Mas não é fácil reprogramar a vida. Quem se acostumou com os jogos da elite terá de levar um tempo até entender que a desilusão também faz parte da disputa. No lugar de Corinthians, Vasco, Fluminense, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Botafogo e Santos aqui estarão Boa, Americana, Barueri, São Caetano e Asa, dentre outros. O charme não é o mesmo. A verdadeira dimensão da queda só vem muito depois. Despencam os valores na publicidade. As datas da programação não serão mais as datas nobres. Ser afastado do baile é constrangedor, mormente quando o baile prometia novos e belos momentos. O primeiro domingo já passou. Ainda bem.
O Baixinho
O Campeonato cearense de 2012 terá de volta velhos conhecidos da galera. E, claro, não faltará por certo a presença polêmica do baixinho Clodoaldo. Para muitos, o Clodô em questão não tem mais o brilho dos notáveis momentos em que a todos encantou, principalmente quando no auge no Fortaleza. Mas não duvidem de uma coisa: seus lampejos de craque ainda poderão atormentar a vida de muitos zagueiros e goleiros que ele encontrará pelo caminho.
Eliminação
O domingo é data sagrada do futebol. É como diz o Sílvio Carlos, papa do marketing: "Domingo é dia de missa, praia e futebol". Sim, mas para a Série B nacional, porque de segunda classe, empurraram as disputas para terça-feira, sexta-feira e sábado. Eliminaram o domingo. Ora, amigos, sexta-feira é dia de baladas e opões mil. Há a concorrência de outras programações com grande apelo popular. É dose. Viva o domingo. O domingo é tão gostoso que o Agepê criou a música "Sete Domingos". O poeta bolou situação que todos querem. Diz ele: "Na semana eu criei sete domingos para te namorar". Ainda bem o Campeonato Cearense preservou o domingo como data privilegiada. É um consolo.
Os cabelos esvoaçantes
A longevidade de Dema no futebol impressiona. Com mais de 40 anos e seus cabelos esvoaçantes, estará firme em 2012. Isso me fez lembrar o famoso inglês Stanley Matthews, que aos 41 anos de idade foi eleito o melhor jogador da Europa. Matthews encerrou a carreira profissional aos 50 anos. Dema desafia o tempo. Ultrapassará a marca do inglês? É possível.
Curiosidade
Alguns detalhes sobre Stanley Matthews. Começou em 1932 no Stoke City. Na Copa de 1950, no Brasil, ele, com 35 anos, atuou no jogo Espanha 1 x 0 Inglaterra (os ingleses foram eliminados). Em 1954, aos 39 anos, foi titular da Inglaterra na Copa da Suíça. Em 1956, aos 41 anos, enfrentou o Brasil em Wembley, quando "entortou" o famoso Nilton Santos (Inglaterra 4 x 2 Brasil). Em 1956 foi eleito Bola de Ouro. Em 1965, aos 50 anos, encerrou a carreira.
Desculpa amarela
Há quem diga que a não utilização do Castelão pode ter sido um dos motivos das dificuldades encontradas por Ceará e Fortaleza nas Séries A e C. Concordo apenas no aspecto público e renda. No aspecto técnico, não. Desculpa amarela. Os dois não souberam aproveitar o alçapão para fazer a diferença: o Fortaleza para subir e o Ceará para não cair. Não se admite insucesso em casa, num estádio que permite pressão do público quase à beira do gramado.
Recordando
Esta é para matar de saudade. Encontro de ex-ídolos que brilharam nas décadas 50/60/70 no futebol cearense. A partir da esquerda (em pé): Artur, Romualdo, Mozart e Francisco Carlos. Na mesma ordem (agachados): Evandro (não confundir com o Diabo Louro), Lucinho, Pacoti e Edmar. Desse grupo, morreram Artur, Mozart, Romualdo e Lucinho. Acervo de Jurandy Neves de Almeida - Montese).