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Superação natural

O futebol cearense passou a ser de segunda. Final dos tempos? Não. Aliás foram efêmeras na elite nacional as passagens dos nossos representantes. Basta ver o histórico desde 1971, quando foi criado o Campeonato Brasileiro, época dos convites políticos que pisoteavam critérios técnicos e princípios morais. Nesse tempo, lá estiveram Ceará, Fortaleza e Ferroviário. Agora, nos novos tempos, é incômodo cair de posto. Mas tal situação não será causa de extinção. Se assim fosse, o Santa Cruz de Recife, que só agora conseguiu voltar para a Série C, já estaria sepultado. Ceará e Fortaleza, que já foram de primeira, desceram para posições inferiores. Mas poderão retomar os antigos postos. Sabem os caminhos porque lá já estiveram. E têm os belos exemplos de Náutico e Sport que devolveram ao futebol pernambucano o prestígio antes perdido.

No lugar

Há algum tempo Robinson de Castro já vinha conduzindo o Ceará, máxime quando Evandro Leitão teve que reduzir o tempo dado ao clube em razão de outras ocupações na esfera governamental. Robinson é chamado agora a ter jogo de cintura. A arte de negociar ajustes salariais e dispensas não é tão simples como se imagina. Na hora em que o dinheiro passa a ser alvo de interesses recíprocos, cada parte quer ceder o menos possível. Agora é com você, Robinson.

Rivalidade salvadora

A capacidade de adaptar-se aos novos tempos faz parte da vida do torcedor. Após fracassos, há o natural recuo. Mas depois, quando a bola voltar a rolar, gradualmente o torcedor também participará outra vez. Assim será no Campeonato Cearense que começará no dia 18 de janeiro. No início, a frequência tenderá a ser desprezível em razão das desilusões sofridas neste ano. Mas o tempo é o melhor remédio. Apaga as cicatrizes. Em 2012, o primeiro clássico entre Ceará e Fortaleza será no dia 12 de fevereiro, às 16 horas. Pela rivalidade acentuada em razão das recentes gozações, quero crer que isso será um dado motivador, capaz de eliminar a indiferença provocado pela queda de status.

Repetição do sucesso

O presidente do Guarani, José Moura, anima a torcida rubro-negra juazeirense. Ele foi um dos mais importantes dirigentes do futebol cearense este ano. Fez do estreante Guarani vice-campeão estadual, superando Fortaleza, Ferroviário e Icasa. Moura quer repetir o sucesso em 2012. E, pelo visto, conseguirá, pois está montando um elenco bastante forte.

Nomes conhecidos

No Guarani/j estarão Emerson, Marcinho Guerreiro, Juranílson, Zé Augusto, Jonas, Airton Júnior, Jefferson e Valdo, dentre outros. Ausência sentida de Jerson, que foi o grande mastro da equipe no vice-campeonato estadual neste ano. Quem ocupará a missão de Jerson? Aí será uma outra situação. Jerson era bom demais. No ataque, Juranilson, jogador rápido, que se destacou no Quixadá e depois teve boas passagens pelo Ceará e pelo Ferroviário.

A família tricolor

Pouco a pouco o Fortaleza define situações. A campanha de adesão ao programa sócio-torcedor alcançou boa receptividade logo na largada. A apresentação do treinador Nedo Xavier foi apenas ato inicial de uma série de medidas. As manifestações da família tricolor cresceram, inclusive no número de mensagens enviadas à coluna. Antes, a torcida, talvez sob o efeito da permanência na Série C, mostrava-se arredia. Agora agrega, chega junto e faz.

Recordando

Década de 1960. Olha aí o famoso Luís Garapa no Cirol, time que tinha status de grande em Juazeiro do Norte e pertencia à Cia. Indústria de Resíduos e Óleo Ltda. A partir da esquerda (em pé): Júlio Silva, De Assis, Domingos, ? , Neco, Beto e Petrúcio. Na mesma ordem (agachados): Samu (irmão do famoso Mesquita do Fortaleza), Tetéu, Luís Garapa, Zequinha e Zé Negrinho. (Acervo de Tarcísio Facundo).