Adeus às ilusões
Bobo quem acreditou que o Bahia abriria o jogo. Se houve abertura, foi em outro lugar. Na verdade, o rebaixamento do Ceará desenhou-se há alguns jogos, quando não soube fazer do PV o alçapão para grandes vitórias. Ao depender do resultado do Cruzeiro, não mais o Ceará tinha nas mãos as rédeas de seu destino. Entregou-o ao Atlético/MG. No Pituaçu, logo no início o alvinegro sentiu duplo golpe: sofreu o gol do Bahia e soube da disparada do Cruzeiro. Desconcentrou. Aí tomou o segundo gol. Ainda reduziu com Felipe Azevedo (2 x 1), mas foi pouco. O Bahia, classificado, jogava à vontade. O Ceará, não. Como consolo, o campeão cearense, ainda quando viu sumir a esperança, teve dignidade na derradeira partida: lutou pelo empate até o fim. Toda uma luta em vão. Viagem de volta para a Série B. E adeus às ilusões.
Curta passagem
Pouco tempo. O Ceará está de volta à Série B. Foram 16 anos de espera para chegar à elite e apenas dois anos de permanência. Não é hora de escolher culpados pela queda. Quando subiu, a festa foi do grupo. Agora, na decepção, é também do grupo o fracasso. Só um jogador do Ceará ganhou prestígio: Osvaldo. Teve atuações que chamaram a atenção dos grandes clubes brasileiros. Está na mira de muitos. O destino dele será resolvido possivelmente amanhã.
Dois momentos
O primeiro: o título nacional conquistado pelo Corinthians. Mesmo sem jogar bonito, fez um conjunto compacto. Soube ganhar, quando necessário; soube segurar o jogo quando preciso. Conquista que, por pura coincidência, traduziu também uma homenagem póstuma ao grande ídolo Sócrates, que morreu ontem. /// Segundo momento: a goleada do Cruzeiro sobre o Atlético: 6 x 1. O mesmo atlético que ganhara do Botafogo por 4 x 0 no domingo passado. Ontem, os atleticanos entraram sem compromisso, sem luta, sem nada. Não se pode afirmar que houve abertura. Mas, se esse estranho episódio tivesse acontecido na Bahia, certamente a CBF mandaria apurar, alegando suspeita de acordo espúrio.
Reformulação total
Paciência. Agora é hora de recomeçar do zero. As mudanças começarão sem a presença do presidente Evandro Leitão, que pediu afastamento por tempo indeterminado para se restabelecer. O desfile de malas será natural. Fim de uma era. Sai o charme da Série A. Resta saber como se comportará a torcida daqui para frente. Só depois, quando descer a poeira, será possível dimensionar a extensão do estrago.
Chegada
O novo técnico do Fortaleza, Nedo Xavier, chega hoje à noite. Amanhã à tarde será apresentado no Pici. Assim, começa oficialmente o trabalho para 2012. Missão maior: subir o time para a Série B nacional. Isso não quer dizer que o tricolor deixará de lutar pelo título estadual. Lutará, sim, com todas as forças. Mas a meta principal de 2012 será mesmo sair da "C", posição que, para um time grande como o Fortaleza, não deixa de ser humilhante.
Pacto firmado
Está posto que somente a partir de amanhã serão tratadas as questões relativas a contratações. A palavra de Nedo Xavier será fundamental. Mas, diante das lições tomadas este ano, quando houve erros graves na vinda de atletas, os critérios serão mais rígidos para a aprovação dos nomes que serão indicados. Há dois anos o Fortaleza não consegue sair da Série C exatamente pelos erros de contratação. Agora será grande o cuidado nesta tarefa.
Recordando
1966. Alguém lembra desse atleta que aí está com a camisa tricolor? Ele foi um amador que se destacou no Vasquinho, Paulistão e Rio Branco de Antonio Bezerra. Levava jeito para o futebol, mas preferiu abraçar o mundo jurídico, onde se estabeleceu como advogado, juiz e agora desembargador. Jucid Peixoto do Amaral, um nome respeitável por sua ética, decência, competência e trabalho.