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Reacendeu a esperança

O futebol mostrado pelo Ceará em Porto Alegre a todos encantou. Foi senhor absoluto da partida e nem quando sofreu o empate (1 x 1) perdeu o equilíbrio emocional. Altivez tanta que pôs o time gaúcho na roda, com toques que gastaram o tempo até o fim da partida. O placar de 3 x 1 para o Ceará reacendeu a esperança de classificação. E deu confiança ao grupo para as duas últimas rodadas. Na minha avaliação foi a melhor apresentação do Ceará este ano. Aliás, nos jogos anteriores o campeão cearense já vinha jogando bem, embora errando demais as finalizações. Mas no sábado, Felipe Azevedo marcou três gols. Ótimo. Pode ser que a partir de agora haja melhor índice de acerto nas conclusões. O jogo diante do Cruzeiro assumiu contornos de decisão. Pena que o herói Felipe Azevedo tenha recebido o terceiro cartão. Coisas do futebol.

Na posição correta

Dimas Filgueiras, técnico do Ceará, foi incisivo: "A subida de produção do Felipe Azevedo é resultado da escalação dele na posição correta. Por isso, Felipe está marcando mais gols". Dimas, ovacionado na chegada da delegação, emocionou-se muito. A torcida o aplaudiu bastante. Mas a manifestação não tirou o foco nos dois jogos finais. Ontem, no Debate Bola, ele falou das dificuldades que o grupo terá, mas afirmou que a equipe está mais coesa agora neste momento de enorme desafio.

Fluídos da sorte

Havia algo inexplicável, travando o Ceará. No sábado, sinais de mudança da sorte que passou para o lado alvinegro. Antes, a bola no ataque do Ceará batia na trave e ia para fora. No Olímpico, no lance de um dos gols de Felipe Azevedo, a bola bateu na trave e entrou. Já no pênalti a favor do Grêmio, cobrado pelo argentino Miralles, a bola bateu na trave do Ceará e não entrou. Ora, amigos, em jogos anteriores, os azares alvinegros eram enormes. Basta lembrar o que aconteceu no jogo com os reservas do Santos: o Ceará perdeu pênalti com Marcelo Nicácio, e, na sequência, tomou gol inacreditável, numa bola que fez curva como quem dobra uma esquina. Agora, sem fantasmas, o Ceará pega o Cruzeiro.

Nos braços da galera

Felipe Azevedo, herói da vitória sobre o Grêmio pelos três gols que marcou, teve o dissabor de pegar o terceiro amarelo num lance evitável. "Não adianta mais sofrer por isso. Agora é torcer pelos companheiros", afirmou. Felipe foi ovacionado quando desembarcou no "Pinto Martins". E levado nos braços da galera. Sua ausência será muito sentida contra o Cruzeiro.

Outro estágio

O Cruzeiro vem com o técnico Vagner Mancini. Até que ponto ele tirará proveito do privilégio de conhecer muito bem o Ceará, já que o comandou durante tanto tempo? Claro que, de certo modo, isso facilitará a montagem do modelo tático mais conveniente ao Cruzeiro. Mas é bom frisar que o Ceará de hoje não manteve o modelo de Mancini. Portanto, Mancini conhece o grupo, mas o atual estágio diferente do da época em que ele esteve no Ceará.

Retorno

Náutico de volta à Série A após dois anos de Série B. Caíra em 2009. É Pernambuco na elite. Outro time nordestino ainda poderá subir: o Sport/PE ou o Vitória/BA. Os dois disputam com o Bragantino/SP a única vaga remanescente. Por pura coincidência, os três farão fora de casa seu último jogo. /// O Icasa, complicado, não mais depende si para evitar o rebaixamento na última rodada. Terá de ganhar seu jogo e torcer por tropeços de Asa e São Caetano.

Recordando

Década de 1990. A partir da esquerda: Mozart Gomes, ? , Gilvan Dias e Pacoti. Detalhes. Mozart foi o melhor jogador cearense que vi em ação. O goleiro Gilvan Dias foi destaque no futebol e também como repórter. Gilvan presidiu a Apcdec durante muitos anos. O artilheiro Pacoti foi ídolo no Ferroviário. Brilhou também no Vasco da Gama do Rio e no futebol português. (Colaboração de Jurandy Neves).