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Últimas oportunidades

Hoje, no PV, o drama. Ceará diante do líder Corinthians. O Vovô sob o espectro do rebaixamento; o Corinthians iluminado por bela campanha e de olho no título nacional. Contraste: um na agonia de queda iminente; o outro a vislumbrar a glória de nova conquista. Mas o futebol é fantástico porque mesmo assim, com tamanha diferença, não descarta possível vitória do Ceará. Não faz muito, o então lanterna América/MG bateu neste mesmo Corinthians líder. Os extremos, por mais paradoxal que pareça, trocaram momentaneamente de posição: o vitorioso foi o lanterna e o derrotado, o líder. Neste exemplo mira-se o Ceará. O Corinthians é mais time, mais tudo. Mas as surpresas do futebol estão aí para contrariar a natureza das coisas. O Ceará tem as últimas oportunidades para escapar do rebaixamento. A de hoje é apenas uma parcela.

Lição tomada


Nada de imaginar que o Corinthians com os desfalques de Chicão, Jorge Henrique, Alex e Paulinho seja um time mais fácil de ser dobrado. A derrota do Ceará para os reservas do Santos fez cair por terra essa de pensar que os reservas são sinônimo de fragilidade. Nem sempre é assim. Portanto, ao Ceará cabe enfrentar o Corinthians como se o time paulista estivesse completo. Quanto ao campeão cearense, gostei mais da formação que derrotou o Avaí do que a que pegou o Santos. Não pelo resultado, mas pela produção. Dirão, talvez, que o Avaí está aos pedaços, fato que facilitou o melhor desempenho alvinegro. Tudo bem. Mas o formado usado por Dimas em SC agradou-me mais.

Responsabilidade

O zagueiro Daniel Marques tem trabalhado sério numa posição que trouxe muita dor de cabeça aos últimos treinadores que, como Vagner Mancini e Estevam Soares, passaram por Porangabuçu. E continua sendo motivo de preocupação para o técnico Dimas Filgueiras. Já ocuparam a posição: Erivelton, Thiago Matias, Cleber, Anderson, Edmilson e Diego Sacoman. Portanto, Daniel é o sétimo jogador a atuar na posição. Até aqui tem feito a sua parte, com responsabilidade.

É correr para o abraço

As opiniões sobre Thiago Humberto cobram dele participação constante, efetiva. É que Thiago ora aparece de forma esplendorosa, ora desaparece em campo. Dizem que é do seu estilo. Sim, mas ele pode mudar. É hora de vibração, vontade, Se assim o fizer, será destaque permanente. E ampliará sobremaneira as chances de correr para o abraço. Garra, Thiago!

Recordando

1957. Seleção de Aracati, com jogadores que brilharam no futebol profissional cearense. A partir da esquerda (em pé): Fernando Sátiro (ex-Gentilândia e São Paulo), Zé Facundo, Marcolino, Ernestinho, Aracati (ex- Calouros) e Roleta. Na mesma ordem (agachados): Zé Augusto (ex-Gentilândia), Bidias, Doca Sabão, Jiló (ex-Calouros) e João Olímpio. (Colaboração de Paulo Freire, de Aracati).

Parceria

Fiquei meio descrente com relação a grupos gestores que tentaram colocar um novo modelo de comando participativo no futebol cearense. Por motivos diversos, fracassaram. A primeira experiência desse tipo aqui aconteceu em 1999, num contrato firmado entre o Ceará Sporting e o Banco Icatu Hartford. A parceria tinha tudo para dar certo, mas vaidades e furo no planejamento comprometeram o que poderia ter sido uma autêntica redenção.

Parceria II

O Ferroviário tentou este ano novo modelo de gestão. O grupo tinha à frente o ex-jogador Mirandinha. O projeto contemplaria clube e parceiros nos lucros advindos da transação de atletas. Entrelaçados, pois, os interesses dos gestores e os do clube. Não deu certo. Os pífios resultados em campo levaram ao fracasso em 2011. Por isso sempre recebo com reservas a ideia de novo modelo de gestão. Queira Deus, agora com Vanderley Pedrosa, venha a dar certo.