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Cruzado no queixo

Há instantes que mais parecem ditadas pelo além do que pelos fatores humanos. Nicácio, artilheiro, pronto para bater o pênalti e marcar Ceará 3 a 2. Esperança na torcida. Resultado: Aranha pegou. Pior ainda: na sequência, sem que sequer um jogador do Ceará tocasse na bola, o Santos armou o contra-ataque e Diogo fez 3 a 2. Terrível golpe. Desespero no Ceará. Aí o Santos, franco atirador, frio, sem afobações, até fez cera, catimba. Dimas Filgueiras, em última instância, colocou todos os atacantes em ação. Assumiu todos os riscos em busca de pelo menos o empate. Washington teve a grande oportunidade aos 42 minutos do segundo tempo. Também desperdiçou. Nocaute. Quando Nicácio perdeu o pênalti e Diogo marcou o terceiro gol do Santos, o Ceará foi à lona, desabou, assim como boxeador que leva um cruzado no queixo. Imerecido castigo.

Explicação

O batedor oficial de pênalti do Ceará é Nicácio. Esse o motivo pelo qual foi ele (não Felipe Azevedo) quem bateu o segundo pênalti. Explicação dada por Dimas na entrevista coletiva. Aliás, Nicácio é o batedor de pênaltis e de faltas. Em outras palavras: com ele em campo, não há outro batedor. Então caberia ao próprio Nicácio, ainda frio porque entrara pouco antes do pênalti, ter renunciado em favor de Felipe. Mas Nicácio esqueceu o duro golpe que aconteceu com Zico na Copa de 1986.

Reações

Torcedor xingando, torcedor chorando. Aplausos, Apupos. Naturais reações. Quanto ao jogo, equilíbrio. O gol santista aos 10 minutos, assustou. Aí Eusébio, o melhor em campo, construiu os lances da reação e virada do Ceará com gols de Felipe Azevedo e Osvaldo. Brilhou também Bruno Aguiar que fez dois gols dos três do Santos. Na fase final, tragédia inexplicável: quando o Ceará estava melhor, tomou o empate e a virada. Aliás, a curva traçada pela bola no gol de Diogo foi algo inexplicável, como se o destino tramasse contra o Ceará. O toque dos reservas do Santos é bom. Mas a sua vantagem foi jogar despreocupadamente. Já o Ceará sofria a pressão de ter que ganhar e não poder errar. Errou.

É com ele que o Ferrão vai

Reviravolta pra cá, mudança pra lá. Depois de tantos sacolejos, a locomotiva do Ferrão fica sob a responsabilidade do deputado Vanderley Pedrosa (PTB). O novo presidente foi aclamado, após a renúncia de Valmir Araújo, que também fora aclamado presidente, mas renunciara antes de assumir. Situações assim fazem parte do folclore coral, mas é verdade.

Notas & notas

Impressionante a reação do vice-lanterna América/MG. Sabe lá o que é bater no Corinthians (2 x 1) e no Fluminense (1 x 2), dois times que lutam para ser campeão? Se Givanildo pega o América um pouco antes, certamente já teria saído da zona maldita. /// Outra impressionante subida é a do Figueirense. O técnico Jorginho tem o time na mão. E encaixou seis vitórias consecutivas. Que se cuide o Flamengo, embora o próximo jogo seja no Engenhão.

Selecionadas

Hoje, em Doha, no Catar, às 14 horas, o Brasil (5º colocado no ranking da Fifa) enfrentará o Egito (29º). As seleções principais desses dois países enfrentaram-se cinco vezes, com cinco vitórias dos brasileiros. Em 1960 três jogos: Brasil 5 x 0, 3 x 1 e 3 x 0; em 1963, Brasil 1 x 0. Esses jogos foram amistosos. Já pela Copa das Confederações, em 2009, na cidade de Bloemfontein, na África do Sul, o Brasil ganhou por 4 x 3. (Dados de Airton Fontenele).

Recordando

Década de 1980. Ferroviário Atlético Clube. A partir da esquerda (em pé): Tati, Augusto, Jorge Henrique, Artur, Góis, Hélio Show e Luizinho. Na mesma ordem (agachados): Neto, Paulo César, Edson, Betinho, Ivan e Jorge Veras. Hoje, Jorge Veras é treinador do sub-20 do Fortaleza. Artur morreu há alguns anos. Faz tempo não vejo Hélio. (Colaboração de Gabriel Lopes).