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Bastidores impenetráveis

Tenho dito repetidas vezes que, de certa época para cá, algo estranho vem acontecendo em Porangabuçu. Não pode, de repente, um time brioso, vitorioso, dar lugar a uma equipe muitas vezes pusilânime, desinteressada. Outro ponto que me intriga: a imagem de um grupo unido, fechado em torno de um ideal, cedeu lugar a um grupo que não mais fala a mesma língua. Num time de futebol é natural a divergência de opinião em todos os segmentos, quer entre os jogadores, quer no alto comando. Mas essa divergência não pode alcançar elevado grau de incompreensões porque aí levará a desarranjos irreparáveis. Dizem os mentores alvinegros que são contornáveis os problemas ali existentes. Tudo bem. Mas cuidado para não minimizarem as ocorrências. Tentar mascarar crise intestina é imperdoável erro que pode conduzir a novos tropeços.

No devido tempo

Michel há demonstrado lealdade ao Ceará. Houve época em era o próprio símbolo da garra alvinegra. Mas a sua atual queda de rendimento trouxe insatisfações. Michel vê questionada pela torcida a postura por ele assumida. Os radicais entendem como desinteresse a ausência do jogador. Prefiro dar um voto de confiança ao atleta. Há alguns anos, quando não estava bem, ele foi o primeiro a pedir para ficar fora. Depois, recuperado, voltou bem. Tudo no devido tempo.

Mudanças

O noticiário alvinegro está repleto de informações sobre mudanças que Dimas Filgueiras introduzirá na equipe. Em vista do que houve no jogo anterior, é preciso mesmo que o treinador tome providências. A pergunta é: será possível esperar produção melhor do mesmo elenco que até agora não conseguiu se firmar? Impossível responder. A incerteza predomina. Afinal, todos os jogadores, que aí estão, já atuaram. Verdade que a disposição tática adequada aos valores disponíveis poderá fazer a diferença. Tudo bem. O desafio maior do treinador agora é este: em meio ao ceticismo geral, encontrar a fórmula que devolva ao Ceará a credibilidade perdida. Por enquanto, tudo ainda está muito confuso.

É hoje o show aéreo em Crateús

A esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira, ornamentará com suas manobras de alta performance os céus crateuenses. O evento, hoje, às 16hs, faz parte das comemorações do centenário do município. Estarei lá ao lado do querido piloto Waldonys. Fiz um voo na "Fumaça" em 1996, quando era seu comandante o Ten Cel Av Faria. Emoção inesquecível.

Novo comando

O Ferroviário renova esperança de dias melhores. Valmir Araújo, que tomou posse ontem como novo presidente coral, promete formar um time competitivo. Quero crer que Valmir conseguirá seu desiderato. Ele conhece muito de futebol. Mas nada poderá fazer se houver a omissão dos corais históricos. Os mais recentes presidentes do Ferroviário de lá saíram com a mesma queixa: falta de apoio e abandono. Que tudo não fique só na retórica.

Confirmação

A vitória do Fortaleza no STJD, ainda no polêmico caso do Campinense, foi apenas a confirmação do que todos esperavam: fácil triunfo tricolor. Além de não haver nenhum fato novo capaz de mudar o rumo da história, imagine só que tumulto provocaria uma decisão contrária. Se a apreciação em segundo grau tivesse sido antes da continuação do certame, aí ainda se poderia admitir alguma esdrúxula reforma da sentença. Mas, depois... Deus meu.

Recordando

Década de 1974. Jogadores do Ceará no Estádio Carlos de Alencar Pinto. A partir da esquerda (em pé): Assis (ex-Fluminense/RJ e Sport/PE), Artur, Jangada e Erasmo. Detalhes: não sei onde anda Assis. Artur Ribeiro do Carmo morreu há alguns anos. Também não sei onde anda Jangada, que participou do gol do tetra do Ceará em 1978. Erasmo é técnico de futebol. (Colaboração de Elcias Ferreira).