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Armas para as últimas batalhas

O ceará, ao contrário do pensam alguns observadores, não terá apenas de examinar a qualidade externa de seu elenco para enfrentar as sete derradeiras batalhas. Mais que a força operacional, terá de buscar o fortalecimento interior. Em casos assim, a pujança espiritual é mais importante que o potencial técnico. As grandes batalhas são definidas a favor de quem mais usa a garra, a vibração, o ideal, a obstinação, a coragem, a confiança, a crença, enfim, elementos que engrandecem o homem e o colocam num patamar superior de superação. Há times que, à beira do fracasso total, agigantam-se e conseguem triunfos notáveis. No futebol brasileiro há diversos episódios dessa natureza. Poderia ilustrar o comentário com várias passagens de recuperações notáveis, mas acredito ser suficiente lembrar apenas uma: a famosa "Batalha dos Aflitos".

Uma a uma

A Missão alvinegra terá de ser realizada de forma separada, uma a uma. Cada jogo, uma batalha. Daí, no tópico ao lado, o exemplo que fui buscar na famosa vitória gremista quando tudo parecia perdido para os gaúchos. Edmilson, campeão mundial, o ungido de Dimas, está sendo chamado a uma postura que dele exigirá e, além da bagagem própria do futebol, pulso forte e muita serenidade. Não tenho dúvida: haverá mil provocações para desestabilizar os alvinegros. Cuidado, pois.

Virou DVD

Novembro de 2005. A histórica vitória do Grêmio sobre o Náutico no Estádio dos Aflitos em Recife foi épica. O Time gaúcho estava com apenas sete jogadores. O Náutico teve dois pênaltis a favor e os desperdiçou. O último pênalti, nos minutos finais, o goleiro Galatto defendeu. Grêmio, que jogava pelo empate para voltar à Série A, conseguiu algo maior: ganhou por 1 a 0, gol de Anderson. Incrível. A "Batalha dos Aflitos" virou DVD, livro e revistas. O time vitorioso, então sob o comando técnico de Mano Menezes, foi qualificado como um grupo de guerreiros. É nessa batalha que o Ceará deve buscar inspiração. Somente como guerreiros os jogadores alvinegros obterão êxito no desafio de agora.

O espírito de luta

Quem mais exemplifica o empenho permanente no Ceará é o meia Eusébio. Versátil, pode ser escalado em várias posições. É sempre muito fiel ao que determina o treinador. Ele procura cumprir rigorosamente a instrução recebida. Apesar de nem sempre escapar da crítica dos mais exigentes, Eusébio costuma dar a volta por cima. Tem espírito de luta. É guerreiro.

Modelo a ser seguido

A Revista Veja desta semana traz matéria especial, mostrando como, por mais paradoxal que pareça, os times que despencam para divisões inferiores terminam tendo um crescimento na presença de público e de participação da torcida. A matéria focaliza o êxito do Santa Cruz que, na Séria D, bateu recordes. E, já agora classificado para a Série C nacional, prepara-se para novas marcas de participação. Modelo a ser seguido mesmo.

Etapas

O Fortaleza cumpre novas etapas à espera do Campeonato Cearense 2012. São fundamentais as ações, como a de domingo passado, que visam a melhorar o patrimônio do clube (dinheiro para compra de cimento e equipamentos). Mas a parte mais essencial é a formação do comando técnico e do grupo de atletas. Compreendo a discrição de Jorge Mota. Melhor que alarde é o trabalho nos bastidores. Divulgar tudo só quando houver algo concreto. Tudo bem.

Recordando

1969. A partir da esquerda: Gildo, maior ídolo da história do Ceará; o zagueiro Luiz Paes, no auge de sua carreira no Ferroviário; ao lado de Luiz está Croinha, que foi notável artilheiro do Fortaleza; e o então prefeito de Fortaleza, José Walter Cavalcante. Foto batida quando de uma homenagem aos três grandes da capital: Ceará, Fortaleza e Ferroviário. (Colaboração do médico Anchieta Maciel).