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O tormento da zona maldita

Mais um vez o Ceará tropeça na mesma peça: incompetência nas finalizações. Dificilmente conclui um lance e, quando o faz, erra o alvo ou permite ao goleiro neutralizar a situação. E assim, mais uma derrota. Na fase inicial, o Atlético foi melhor. Cleber Santana, Paulo Baier, Marcelo Oliveira e Nieto controlaram a situação. Só em dois momentos o Ceará chegou ao ataque. Num deles, Washington quase marcou. Sempre o "quase". Nieto mandou bola na trave. Foi o aviso. Pouco depois, Paulo Baier fez 1 a 0 em cobrança de falta. Na fase final, Rudnei substituiu Careca. O Ceará assumiu postura corajosa, apertou o Atlético e passou a controlar a situação. Controle, porém, apenas aparente porque inoperante na criação de oportunidades e finalizações. A entrada de Nicácio e Egídio pouco acrescentou. O tormento da zona baixa agora é realidade.

Demora

Careca tem tido nítida dificuldade neste seu retorno. Não há conseguido retomar o bom futebol de antes. Ontem, mais uma vez, mostrou-s em jornada infeliz, errando passes e prejudicando a ligação com o ataque. O agora ex-técnico Estevam Soares demorou demais na substituição. De certo modo, isso retardou também o reencontro do Ceará com uma melhor produção, razão pela qual as críticas se acentuaram. Falta de esforço do Careca não é, mas a fase não o tem ajudado.

Incertezas até o fim

Pelo visto, como já acontece na parte alta da tabela, haverá também incertezas até chegar a última rodada. Atlético/MG, Cruzeiro, Ceará, Atlético/PR e Avaí ocupam posições tão próximas, separados por mínima pontuação, que se torna impossível prever exatamente quem desses ficará pelo caminho. É uma margem praticamente inexistente, que não permite erros. Numa comparação, seria como correr no limite o GP de Fórmula 1 pelas apertadas ruas de Mônaco. Trafegar perto da zona maldita ou nela própria é sofreguidão que jamais deixa tranquilos os corações. É muito complicado quando um time experimenta crises ou princípios de crise na reta final. O acerto se torna duvidoso. É o caso do Ceará.

Time cresceu com ele, mas...

Quando Rudnei entrou, o Ceará passou a ter melhor saída ao ataque. O panorama da partida mudou a favor do alvinegro, que apertou o Atlético/PR. Mas, lamentavelmente, infrutíferas todas as incursões. De nada adiantou o time ter crescido de produção na fase final, se não traduziu em gols o predomínio obtido. Ilusória conduta não transformada em pontos.

Troca de comando

Como quase sempre acontece no futebol brasileiro, após uma série de derrotas, a situação do treinador torna-se insustentável. E Estevam Soares mais uma vez tem de fazer as malas e se despedir de Porangabuçu. No ano passado, o treinador foi dispensado do clube sem obter uma vitória sequer. Desta vez o triunfo aconteceu, diante do Coritiba (3 a 2), no PV, mas o desempenho continuou sofrível: em oito jogos, uma vitória, dois empates e cinco derrotas.

Notas & notas

Estive em São Benedito e Ubajara. Constatei na Serra da Ibiapaba a grande a audiência da TV Diário e a incrível popularidade do Belmino. Em São Benedito, o casamento do meu primo Aldo com a bonita Amanda. Bela mensagem cristã na cerimônia religiosa e impecável recepção no Buffet Tulipas (cerimonial perfeito de Adriana e Suely). Emoção de rever familiares e o contato com simpáticos fãs da TV Diário em Sobral, Crateús, São Benedito e Ubajara.

Recordando

Década de 1960. Campo da Liga Desportiva Juazeirense (LDJ). Time Inboplasa, de Juazeiro do Norte. Essa equipe fez muito sucesso na época e pertencia a uma indústria de borracha. Da esquerda para a direita: Neco, ? , ? , Preto, Jaime, ? , Zé Negrinho, Bagaceira, Tarcísio Facundo, Adilson e Vitorino. Alguns desses jogadores brilharam no futebol do Cariri. (Colaboração de Tarcísio Facundo).