Desespero e precipitações
O Ceará teve condições de ganhar no primeiro tempo, mas por pouco não saiu perdendo. Apesar do razoável predomínio cearense, o Figueirense, bem organizado com Maicon e Elias, encostou. Antes de sofrer 1 a 0, gol de Juninho, o Ceará desperdiçou dois gols com Thiago Humberto, que até mandou bola na trave. O gol de Washington evitou o vexame (1 a 1). Na fase final, o drama. O Figueirense teve Maicon e Bruno expulsos, mas, por mais paradoxal que pareça, quem ficou desesperado foi o Ceará. Osvaldo abusou do individualismo. A entrada de Nicácio e Sinho não resolveu. Conclusões erradas de Felipe Azevedo, Osvaldo e Vicente, quando tinham companheiros em melhor condição, demonstraram o desejo de cada um sair como herói. No lugar do toque consciente, a precipitação. O Ceará viu sumir assim a grande chance de faturar três pontos.
A missão
Do trio de ferro só Heleno atuou. E fez muito bem a parte que lhe coube, mesmo sem a companhia dos dois companheiros titulares (Michel e João Marcos). Careca e Felipe Azevedo, os substitutos, tiveram desempenhos diferentes. Careca apresentou produção razoável; Felipe Azevedo, teve jornada bastante infeliz. Jamais entrou em sintonia. Acho até que Heleno deveria ter permanecido mesmo quando o Figueirense teve dois jogadores expulsos. Mas Estevam não entendeu assim.
O desconto
Não há como negar que a ausência de cinco titulares (Michel, João Marcos, Rudnei, Leandro Chaves e Roger) comprometeu o conjunto. Mas o Ceará, embora desfalcado, teve como ganhar. Ora, os substitutos não raro estão no time titular. Casos de Thiago Azevedo, Felipe Azevedo, Washington e Marcelo Nicácio. O Figueirense em nenhum momento se mostrou superior. Basta ver que Fernando Henrique quase não teve trabalho. Faltou serenidade ao campeão cearense. O Figueirense foi competente. Ao ficar com dois a menos, fez entrar Coutinho e fechou-se todo. Além disso, grande atuação teve o goleiro Wilson que, quando maior era o sufoco do visitante, praticou duas milagrosas defesas.
Fortaleza: planejamento 2012
Revolvida a questão presidencial, agora o Fortaleza tem dois meses e meio para aprontar a equipe, visando ao certame estadual, degrau primeiro para chegar perfeito à Série C nacional. Atenção desdobrada agora na formação do time. Este ano, grave erro começou logo no primeiro ato quando mandaram embora, sem explicação, o ídolo do tetra, o goleiro Fabiano.
Prioridade
Verdade que a meta principal do Leão é sair da Série C. Tudo bem. Mas a busca pelo título estadual será também, por via indireta, uma forma de arrumar a equipe para o desafio seguinte, tido e havido por todos como o mais importante, a Série C nacional. Há dois anos o Fortaleza vem fracassando nessa parte. Foi assim com Renan Vieira; foi assim igualmente com o próprio Osmar Baquit. Não é possível que as lições tomadas não tenham sido aprendidas.
Montagem
O presidente eleito, Osmar Baquit, deve prestar muita atenção desta vez. Foi por uma assessoria incompetente que ele viu seu time desabar na Série C. Mandaram Fabiano embora e encostaram Guto, Rogerio, Leandro e Gilmak. Mas foi exatamente o grupo da casa que teve de encarar o jogo final, quando o time estava no despenhadeiro. Na hora do pega, a comissão técnica que afundou o Fortaleza pulou fora. Portanto, olho vivo, presidente.
Recordando
Trio do Treze Esporte Clube, de Juazeiro do Norte, na década de 1950. A partir da esquerda: Tonico, Doca e Darim. Local: Campo dos Franciscanos. O time do Treze foi fundado pelo desportista Antonio Fernandes Coimbra (Mascote). Não me informaram a razão da escolha do nome Treze, se pura superstição ou homenagem ao Treze da Paraíba. (Colaboração de Tarcísio Facundo).