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Árbitro esquarteja o Ceará

Bravo Ceará! Com dois jogadores a menos, empatou em Minas. Escalação do Ceará: brio, coragem, dignidade, luta, altivez, denodo, empenho, raça e confiança. Uma qualificação positiva para cada um dos nove guerreiros que participaram da batalha na fase final. Gostaria de escrever somente sobre futebol, mas tenho que escrever sobre arbitragem. Lamento. O árbitro Francisco Carlos Nascimento mostrou-se incompetente, confuso, inseguro, medroso. Deixou-se levar pela pressão da torcida. Esquartejou o Ceará com cartões injustos e expulsões mais injustas ainda. Sequer teve coragem se mandar retirar do estádio a faixa de protesto que havia contra ele. Culpa maior: setor de arbitragem da CBF, que é cúmplice no ato. Falta de alerta não foi. Só mesmo a bravura do Ceará para obter um empate nessas circunstâncias adversas.

A estreia

Fiquei atento à estreia de Daniel Marques na quarta-zaga. Mas as circunstâncias embaralharam. Com dois atletas a menos, o Ceará amontoou-se atrás. Fim de esquema. Valeu o coração. Um ponto que, pelo aspecto moral, valeu mais que três de vitória normal. Arbitragem calamitosa que deu gol irregular ao Atlético e errou nas expulsões de Michel e João Marcos. O árbitro não teve sequer a dignidade de rever a decisão mesmo quando soube de seu engano, pois João não tinha cartão.

Um tempo só

O Atlético/MG foi melhor que o Ceará no primeiro tempo. Entrou fácil na defesa de Porangabuçu. Fez 1 a 0 com Carlos César e poderia ter ampliado com Leonardo Silva, André e Magno Alves. Fernando Henrique pegou tudo, até pênalti. Depois disso, um contra-ataque armado por Osvaldo resultou no gol de Leandro Chaves (1 a 1). Mas a história do jogo começou a mudar com a expulsão de Michel e de João Marcos. Fase final virou jogo de um campo só. O Ceará atrás, cumprindo heroicamente a missão de não ceder. Não cedeu. Estevam Soares acertou ao fechar a guarda com Boiadeiro, Thiago Mathias e Felipe Azevedo. O Atlético subiu todo com Didira, Obina e Renan. Nada feito. O Ceará segurou.

Goleiro abençoado

Fernando Henrique o melhor mais uma vez. A cada defesa, ele faz o sinal da cruz. Goleiro abençoado que transforma suas atuações num show continuado, de jogo para jogo. Uma sequência interminável de milagres, pegando chutes de longa e média distância ou à queima-roupa. Pelo visto, já posso até deixar sua foto na forma da coluna para a próxima partida...

Divergências

O advogado Alexandre Borges quer ser presidente do Fortaleza. Na eleição passada, ele votou. Agora quer ser votado. A eleição, domingo próximo, definirá rumos. Quem vencer o pleito terá de, como primeira iniciativa, tentar unir todas as alas do Leão, apesar da crença de que isso é impossível. Há anos o sonho de Alexandre é ser presidente do Leão. Segundo Jorge Mota "É impossível unir todos os tricolores. Essa desunião interna é histórica". Será?

Notas & notas

No estádio de futebol amador da Unifor, o professor Fernando Filho forma jovens valores (de 6 a 14 anos). Fernando é graduado em Educação Física e atuou durante 20 anos no futebol europeu. Informações no 8863.6334. /// No site do Fortaleza, Jackson de Carvalho, autor do hino do clube, cita a melhor formação que viu em ação: Lulinha, Louro, Pedro Basílio, Ozires e Roner; Chinesinho , Lucinho, Zé Carlos e Amilton Melo; Haroldo e Geraldino.

Recordando

1957. Esporte Clube Bahia, de Aracati/CE. Esse time fez sucesso no Vale do Jaguaribe. A partir da esquerda(em pé): Manuel Gordão, Chico Pião, Roleta, Mouco, Fernando Gurgel, Doca Sabão, Rocha e José Ribeiro. Na mesma ordem (agachados): Zé Facundo, Jiló, Valdeor (jogou Ceará), Paulo Freire e João Olímpio. Detalhe: Jiló brilhou no Calouros do Ar na década de 1960. (Colaboração de Paulo Freire).