De olho no retrovisor
A turma que vem atrás está chegando. O Ceará vive agora o drama de ver mais próxima a zona maldita. A nova goleada (4 x 0) diante do São Paulo confirmou os mesmos problemas: erros de finalização e embotamento no sistema defensivo. Vi no Morumbi a repetição do que vi na derrota para o Fluminense no Engenhão. Lá também o Ceará perdeu por 4 a 0. No Rio, o alvinegro acabara de desperdiçar um gol com Osvaldo. Na resposta, Fred fez Fluminense 1 a 0 aos 35 minutos do primeiro tempo. Já sábado passado no Morumbi, aos 41 do primeiro tempo, Thiago Humberto e Washington perderam grande oportunidade. Na resposta, o São Paulo fez 1 a 0 com Juan. E, minuto seguinte, 2 a 0 com Piris. O resto da história todos sabem. No Vozão, mudaram alguns personagens, mas a cantilena é a mesma. Mais que nunca, o Ceará de olho no retrovisor.
Exploração
O Ceará mantém a concentração de seus ataques no ponta Osvaldo. Exploração permanente que pode esgotar o atleta pelo esforço continuado. Além disso, facilita a marcação adversária. Resultado: no segundo tempo, Osvaldo já vem dando sinais de que não consegue manter o mesmo ritmo veloz, até porque seus próprio companheiros também não acompanham. Observem que no São Paulo o esforço é distribuído com jogadores que têm igualmente velocidade. Aí, tudo bem.
Baixo índice
Quando o médico Russen Conrado, no seu livro, advertiu sobre o baixo índice de aproveitamento do Ceará, muita gente ignorou o fato. Mas segue flagrante a dificuldade nas finalizações. Muitas vezes o Ceará está bem no jogo, mas perde as chances e termina goleado. Foi assim nas derrotas para Botafogo (4 x 0), Fluminense (4 x 0) e São Paulo (4 x 0). Quando enfrenta times rápidos e habilidosos, o Ceará não acompanha as respostas dos adversários. Daí, as goleadas. /// Quiseram crucificar Erivelton na goleada aplicada pelo Botafogo (4 x 0). Ontem, sem Erivelton, o mesmo placar. Contra o São Paulo (3 x 0 pela Sul-Americana), atuou o zagueiro Anderson Luís. Problema é do grupo, não de um jogador.
Dramática permanência
Tinha de ser sangue cearense para segurar o Fortaleza na Série C: Vavá. Seus dois gols mudaram a história do jogo, que terminou em goleada (4 x 0), mas que teve também momentos de incerteza e apreensão. O Fortaleza voltou a ser o Fortaleza da raça, da crença, das jornadas inacreditáveis. Aquele, sim, o Fortaleza de brio, não o anêmico dos jogos anteriores.
Pregação
Um jogador do Leão merece destaque não apenas pelo que fez em campo, mas pelo que pregou a semana inteira: Rogério. Ele insistiu no tema: "É preciso ir à luta como um guerreiro vai à batalha derradeira". Vi nisso a importância do jogador vindo das bases, que traz o sentimento arraigado no clube pelos laços sentimentais dos primeiros sonhos. Pregação de Rogério a Guto e aos demais (inclusive os que vieram de fora). Resultado: objetivo alcançado.
Minha gratidão
Fiquei emocionado com o registro feito ontem pelo querido PC Norões na sua coluna no Diário do Nordeste, referindo-se à homenagem prestada pela prefeita Luizianne Lins e sua equipe ao me escolherem para dar, como dei, o pontapé inicial do jogo de reabertura oficial do PV. Manifestações dessa natureza chegam à alma e ao coração porque espontâneas, legítimas. Sou grato a todos os que comigo dividiram a alegria de um momento tão especial.
Recordando
1955. O Flamengo do Rio estava no auge com o tri carioca (1953/54/55). Em Aracati/CE, o entusiasmo foi tanto que em 1955 torcedores criaram lá o Flamengo Futebol Clube (foto). A partir da esquerda (em pé):Doca Sabão, Mouco, Roleta, Portinho, Fernando Gurgel e Chico Pião. Na mesma ordem (agachados): Zé Facundo, Jiló, Antônio Neto, Paulo Freire (hoje jornalista) e João Olímpio.