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Era uma vez uma defesa sólida

O forte do Ceará, há algum tempo, era o sólido sistema de marcação. Barreira quase intransponível. Michel, Heleno, João Marcos e Geraldo formavam um cinturão que dava gosto. Os tempos mudaram. Por motivos diversos, o alvinegro não poderia a vida toda prender-se ao mesmo módulo. Resultado: a transição está complicada. O Ceará, vez por outra, vem tomando três ou quatro gols num jogo só. Levou 3 a 1 do Vasco (duas vezes), 3 a 1 do Coritiba, 3 a 0 do Avaí, 4 a 1 do Atlético/GO, 4 a 0 do Fluminense e 3 a 0 do São Paulo (este pelo Copa Sul-Americana). Em todas essas situações, uma semelhança: quando quer avançar, abre a guarda e mostra aí a sua vulnerabilidade. Há também o natural desgaste. Uma coisa está bem visível: o time não consegue acompanhar os adversários, quando estes impõem ritmo de jogo mais forte e rápido.

Não é milagreiro

Pode um técnico, em apenas dois jogos, sem tempo para treinar e pegando um Fortaleza em crise, obter sucesso na sua missão? Pode. Mas dependerá muito das circunstâncias. No futebol tudo é possível. Se o objetivo for alcançado, será fruto muito mais de um processo de autoajuda, tipo livros que valorizam os aspectos positivos da vida, do que de um trabalho tático em campo. Nesta parte, valerá o poder de persuasão do técnico Ademir Fonseca. Mas ele já avisou que não é milagreiro.

Outro exemplo

Mesmo quando ganhou do Bahia por 3 a 0, o Ceará passou por sérias dificuldades no sistema defensivo e somente se livrou porque o goleiro Diego estava abençoado. Em São Januário, a goleada só não foi maior porque o mesmo Diego fez novamente defesas milagrosas. Se ainda não há motivo para desespero, há motivo para preocupações. Como a ligação ao ataque está comprometida, a bola não chega aos atacantes do Ceará, o que sobrecarrega a marcação. Michel não pode praticamente sozinho suportar o combate. Quando tinha ao lado João Marcos, a divisão de tarefas funcionava melhor. Agora, quando se dispuser a subir, o Ceará terá de avaliar melhor o potencial de ataque do adversário.

Força sertaneja

O técnico Márcio Bittencourt tem feito bom trabalho no Icasa. Envolveu-se bem com o sentimento do grupo e obteve a confiança da torcida. Ele participa mesmo, de forma discreta, eficiente, sem espalhafato. Mas precisa trabalhar a mente dos atletas contra o complexo Romeirão, onde tem perdido pontos incríveis. Ainda bem o jogo amanhã será em Salvador.

Jogos fora na mira

Oportuna a advertência feita pelo PC Norões na sua coluna dominical. Disse ele: "O segundo turno promete muita dificuldade. Começando pelo fato de que, dos times que hoje estão abaixo do Ceará na tabela, só o Santos virá jogar aqui. Os demais confrontos, com o próprio Bahia, Grêmio, Atlético-PR, Atlético-MG, Avaí e América-MG, serão todos fora de casa. A situação não seria tão preocupante se o time alvinegro oscilasse menos". Tem razão o PC.

Notas & notas

O número de pênaltis marcados a favor do Corinthians é bem significativo. O assinalado contra o Grêmio foi uma indecência. /// Não entendo como Eder Luís, com futebol de alta qualidade, não foi ainda convocado por Mano Menezes para a Canarinho. Segundo Airton Fontenele, Eder joga a Série A desde 2004. Atuou pelo Atlético/MG, São Paulo, outra vez Atlético/MG e Vasco. Teve passagem no Benfica/POR em 2010. É mineiro e está com 26 anos.

Recordando

6 de setembro de 1953. Esporte de Limoeiro do Norte na sua primeira excursão a Cajazeiras, Paraíba. Esporte 3 x 1 Ibis. A partir da esquerda: Lírio, do Esporte, ao lado do jornalista Meton Maia e Silva, que entrega flâmula ao capitão do Ibis. Também aparecem na foto os limoeirenses Chico Alves Maia (jornalista), Jarbas Pinheiro e José de Castro. No dia 06 próximo fará 58 anos que essa foto foi batida.