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Decisão de vaga Sul-Americana

Dois momentos distintos. Disputa mata-mata, com vantagem de gol fora. A Sul-Americana, à imagem e semelhança da Copa do Brasil, tem essas peculiaridades. Preocupa o gol que o Ceará tomou no PV. Hoje, no Morumbi, mudanças interessantes no dono da casa. Lucas e Dagoberto, que não atuaram aqui, estarão presentes. Poderão fazer a diferença. João Marcos fora pelo Ceará. Sua ausência está sendo sentida. Sacoman atuou no PV, mas hoje fora, contundido. Terá o CEARÁ condições de encarar a nova situação? A produção alvinegra nos últimos jogos diz que sim. A vantagem do empate tem seu valor, mas deve ser administrada com inteligência. A diferença do gol na casa do adversário muda a filosofia de jogo e permite variáveis que não acontecem numa competição de pontos corridos. O Ceará deve jogar precavido, mas, pela vocação de Mancini, jamais ficará encolhido. Postura correta, por sinal.

Situações diferentes

No jogo de ida, Osvaldo deixou enlouquecidos os defensores do São Paulo, que bateram demais. Roger sentiu dificuldades. Nicácio entrou no lugar dele e virou herói com o gol da virada. Aqui, Cícero e Fernandinho formaram o ataque são-paulino. Hoje o Tricolor paulista vem com força total na linha de frente (Dagoberto é a fera). Foi importante o Ceará, sem o trio de ferro, ganhar do Grêmio. Deu confiança para o jogo de hoje, quando mais uma vez o Vozão não terá João Marcos. É dever lembrar o golaço de Rudney no jogo de ida. A propósito, a imprensa do Sul/Sudeste coloca o São Paulo como favorito. Deixa para lá.

Brado tricolor

Seria ingênuo se não reconhecesse a dificuldade que terá o Fortaleza nestes três jogos que lhe restam. A virada, quase impossível, dependerá de um conjunto de fatores. O principal deles: a força mental. Esta advém de um brado espontâneo, não imposto. Liderança que se estabelece principalmente nos momentos mais difíceis. Mas qual o jogador com qualidades de líder para exercer essa missão na reta final? A urgente descoberta caberá ao técnico Arthur Bernardes.

Quem irá conter Osvaldo

Claro que Osvaldo será alvo de forte marcação hoje, tal como foi o primeiro jogo. A defesa do São Paulo sabe o trabalho que teve no PV. Usou dois ou três marcadores para tentar conter o atacante alvinegro. E não conseguiu. Mais motivo para reforçar a vigilância logo mais. É bom Mancini não concentrar tudo em Osvaldo, pois facilitará a marcação paulista.

Recordando

Final da década de 1970. Time do Botafogo de João Pessoa, Paraíba, com jogadores que brilharam no futebol cearense. A partir da esquerda, em pé, o terceiro é Zé Eduardo, que foi ídolo no Ceará e no Fortaleza. Zé hoje mora em Salvador na Bahia. O segundo, agachado, é Nicácio, hoje comentarista em Juazeiro do Norte. Também aparecem na foto Nonato Aires e Magno. (Do álbum de Tarcísio Facundo).

A visão de cada um

Entre os tricolores de aço, observo nítida divisão de opiniões. Há os torcedores que já enrolaram a bandeira e querem pelo menos que o time lute para não cair e há os que ainda acreditam no milagre da classificação. Entendo que melhor pensa quem faz parte desse último bloco.

No futebol, como na vida, é preciso acreditar sempre, ainda que desfavoráveis sejam todos os fatores. Antecipar fracasso não faz parte dos homens de luta.

Notas & notas

Trecho de um belo texto que me foi enviado pelo ex-árbitro Francisco Chagas Arruda: "No momento em que acalmamos o nosso coração, começamos a encontrar soluções para todos os problemas". É verdade. /// Agradeço ao companheiro Lucier Menezes, da Rádio Verde Vale-AM, a lembrança do programa "Arquivo musical" que ele comanda e que em "CD" me mandou. No rol, a joia "Cidade Brinquedo" na voz do inigualável Orlando Silva.